Colaborador diz que Gutiérrez retornará ao Equador

O ex-presidente Lucio Gutiérrez, que acaba de renunciar ao asilo político no Brasil, regressará o antes possível ao Equador, afirmou hoje um colaborador próximo do destituído mandatário.

Gutiérrez foi destituído pelo Congresso no dia 20 de abril sob a acusação oficial de "abandono de poder" em meio a generalizados protestos de rua que pediam sua renúncia. Foi substituído pelo vice-presidente Alfredo Palacio, atualmente no cargo.

A concessão do asilo ao presidente deposto foi um episódio curioso na história diplomática brasileira. Gutiérrez buscou proteção diplomática na embaixada do Brasil em Quito, que acabou sitiada pelos manifestantes. Mesmo com a antecipada decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder-lhe o asilo territorial no Brasil, Gutiérrez foi retirado de seu país somente depois de ter obtido um salvo-conduto do governo equatoriano e por meio de uma intrincada operação militar no final de abril, que envolveu a Força Aérea Brasileira e a polícia local.

Alojado inicialmente com sua mulher, Elsa Ximena Bohórquez, e sua filha mais nova, Viviana Estefanía, em um hotel do Exército em Brasília, Gutiérrez havia se mudado posteriormente para o Rio de Janeiro, de onde enviou a carta ao Ministério da Justiça. No início de maio, Elsa e Viviana decidiram renunciar ao asilo e retornar ao Equador. Elsa retomou sua cadeira de deputada no Congresso pelo Partido Sociedade Patriótica, fundado por seu marido em 2002.

Na semana passada, Gutiérrez anunciou sua renúncia ao asilo no Brasil para viajar aos Estados Unidos. "O asilo político tem como condição um item que impede o presidente Gutiérrez de falar sobre política e o que ocorreu é um assunto político e obviamente (ele) não pode ficar com uma mordaça e com os braços amarrados em desvantagem diante dos golpistas", disse hoje o coronel da reserva Fausto Cobo, amigo e colaborador do ex-governante.

Em declarações ao Canal 4 de televisão, Cobo afirmou que Gutiérrez está decidido a regressar a seu país "o mais rápido possível". "O presidente Gutiérrez é um cidadão livre, ele deve retornar ao país e o fará o mais rápido possível", afirmou.

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