Não será essa, decerto, a última vez que nos obrigaremos a comentar fatos relacionados com o festival do fiz-que-fui-mas-não-fui-e-acabei-fondo, atribuído pelo folclore a ex-futebolista gaúcho ao ser inquirido pelo repórter de campo sobre como conseguira marcar aquele golaço decisivo.
Sem quaisquer conotações de natureza folclórica ou futebolística, posto que nosso personagem seja diligente apreciador da poesia gaudéria, dir-se-ia ter sido essa a atitude protagonizada pelo deputado Caíto Quintana, secretário-chefe da Casa Civil, nas idas e vindas afinal escoimadas do dilema pessoal de optar por uma das três direções de seu futuro imediato.
O deputado preferiu seguir na Casa Civil, abrindo mão da nomeação para o Tribunal de Contas e do retorno à Assembléia Legislativa, para alívio momentâneo do suplente que lhe cobre a vaga. Assim, Caíto continuará despachando no quarto andar do Palácio Iguaçu pelo menos até a desincompatibilização, em 2006, a fim de concorrer a mais um mandato.
Para ratificar sua reentrada no comando da coordenação da política e da gerência dos projetos de governo, ação que a alguns pareceu algo raquítica nos últimos meses, a ponto de – nas entrelinhas -, sussurrar-se a sugestão de saída honrosa para o impasse da lacuna aberta na estrutura decisória, Caíto reuniu a imprensa para haver-se como avatar da nobilíssima arte da gestão pública integrada.
Sem qualquer explanação definitiva quanto ao longo período gasto para tirar suas conclusões, o chefe da Casa Civil conclamou colegas do secretariado, deputados da base aliada e, por extensão, ocupantes de cargos de confiança no aparelho, a desempenhar com mais apuro a missão de comunicar à população os feitos até aqui realizados pelo governo Requião.
Observação à primeira vista um tanto desfocada, dado o eficiente esquema de comunicação do governo na mídia, além da barragem de aparições do governador, secretários e altos funcionários na TV Educativa, sempre com o objetivo de festejar o lançamento de projetos ou prestar contas à população.
Não será por falta de ampla publicidade que o governo padece dos males diagnosticados pelo deputado do sudoeste.