O economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, afirmou nesta quarta-feira (9) que o crescimento da utilização da capacidade instalada na indústria de transformação nos últimos meses, não representa uma ameaça de aumento da inflação. Segundo ele, o ritmo de expansão, em 2007, é muito mais suave do que o verificado em 2004, quando houve um forte crescimento da economia.
Enquanto, em 2004, a utilização da capacidade instalada crescia, em média, um ponto porcentual por trimestre em relação a 2003, o avanço em 2007 é de 0,4 ponto porcentual por trimestre. Outra diferença, segundo o economista, está no fato de que, em 2004, a expansão do uso do parque industrial alcançava na maioria dos setores, enquanto que, em 2007, o crescimento é concentrado em um número reduzido de setores.
"O ritmo de crescimento da utilização da capacidade instalada não é um fator crítico em 2007 e não deve ser nos próximos anos. Por isso, não deve influenciar na trajetória das taxas de juros" disse Castelo Branco, referindo-se às preocupações manifestadas pelo Banco Central, nas atas do Comitê de Política Monetária (Copom), sobre o risco de haver problemas com a oferta para atender ao crescimento da demanda.
Castelo Branco destacou que, em 2004, a utilização da capacidade instalada gerou um risco de inflação porque os setores já estavam operando quase no limite de produção e não havia tempo suficiente para a maturação de investimentos. No entanto, em 2007, o quadro é diferente.
Para ele, há estímulos para os empresários aumentarem os investimentos, porque há um ambiente macroeconômico melhor, com expectativa de aceleração do crescimento, e também porque houve uma redução dos custos dos investimentos, em relação a 2004, além da expectativa de que os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) venham a resolver parte dos gargalos da infra-estrutura.