A interrupção dos seis trimestres seguidos de queda na produção da indústria brasileira deveu-se principalmente às grandes empresas, segundo a Sondagem Industrial do Terceiro Trimestre, divulgada nessa quarta-feira (25) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As pequenas e médias indústrias, no entanto, apenas conseguiram conter as quedas recentes, aponta a CNI. Para as grandes indústrias, o indicador de produção foi de 56,8 pontos, e o das pequenas e médias, com 51,4 pontos, está próximo da estabilidade. Pela metodologia da pesquisa, valores maiores que 50 pontos apontam evolução positiva.
O estudo ressalta que o resultado para as pequenas e médias indústrias aponta recuperação em relação ao período entre os meses de abril e junho, quando o indicador para elas empresas foi de 46,2 pontos. Já as grandes empresas não registram queda há seis trimestres.
O cenário se repete em relação ao faturamento. Para as indústrias de grande porte, o indicador de evolução foi de 58,4 pontos, o maior desde o quarto trimestre de 2004. Já as pequenas e médias quase não registraram ganho, com indicador de 50,3 pontos.
Nessas indústrias, a continuidade das demissões fez com que o indicador para o período ficasse em 48,9 pontos, enquanto nas empresas de maior porte o indicador subiu a 52,8 pontos, o melhor desde o fim de 2004.
?Enquanto a recuperação não chegar às pequenas e médias empresas, que concentram mais de 60% dos postos de trabalho, é difícil haver um crescimento muito forte no emprego para os próximos meses?, explica o economista Renato Fonseca, gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI.
As realidades distintas para as indústrias de portes diferentes também podem ser constatadas na análise do indicador de evolução da situação financeira: para as grandes, foi de 52,9 pontos e para as menores, de 48,4 pontos, e estas ainda registraram piora na contabilidade no terceiro trimestre.
?As grandes empresas mostraram um crescimento consistente, as pequenas e médias conseguiram encerrar um ciclo de queda. A expectativa é que a economia cresça, mas não num ritmo tão forte?, apontou Fonseca.