Clodoaldo Silva ganha a sua segunda medalha de ouro em Atenas

Clodoaldo “mandou o braço”, como ele gosta de dizer – “Nada muito estudado não. Não gosto muito pensar, meu negócio é mandar o braço” – e ganhou, nesta terça-feira, a sua segunda medalha de ouro nos Jogos Paraolímpicos de Atenas – já havia levado o prêmio maior nos 100 metros livre no domingo.

A prova desta terça foi a dos 200 metros livre, que Clodoaldo fechou em 2m55s75, deixando para trás o espanhol Richard Oribe (3m02s25) e o japonês Yuji Hanada (3m05s65). O brasileiro disputará ainda mais cinco provas e pode bater recorde de medalhas de ouro.

Na prova desta terça, Clodoaldo partiu tarde do bloco 4, mas quando chegou ao meio da piscina já tinha colocado vantagem sobre o japonês Hanada, que continuou a persegui-lo de perto. Muito consistente, no entanto, o brasileiro bateu os 50, os 100 e os 150 na frente. Depois, foi só administrar a vantagem e desfrutar do segundo ouro.

“Rapaz, quando eu estava na última meia piscina, olhei para um lado e não vi ninguém. Olhei para o outro e a mesma coisa. Aí pensei: ninguém me segura”, comentou Clodoaldo.

Na verdade, na prova desta terça-feira, Clodoaldo só correu um risco: ser atingido na cabeça pelo celular de um fotógrafo oficial do Comitê Paraolímpico Internacional, que circulava em local privilegiado, no teto do ginásio. O aparelho caiu algo como um metro e meio à frente da cabeça do brasileiro, que se preparava para bater e levar o ouro.

Mais três atletas brasileiros caíram na água nesta terça-feira. André Meneghetti ficou em oitavo lugar na final dos 100 metros borboleta. Genesi Silva foi o sexto colocado nos 200 metros livre. E Edenia Garcia também ficou na sexta posição nos 200 metros livre.

O público de Atenas, apesar da volta às aulas, continua prestigiando os Jogos – principalmente as provas de natação. E quem estava no ginásio nesta terça-feira ficou emocionado com a premiação do garoto russo Igor Platinikov, que ganhou o ouro e bateu o recorde mundial dos 100 metros na prova mais crítica da natação paraolímpica. Igor não tem os dois braços. Na chegada, bate no ladrilho com a cabeça.

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