Uma parceria entre Secretaria Municipal da Saúde, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica/Regional Paraná e Sociedade Paranaense de Anestesiologia vai adequar, a partir do início de 2007, a inspeção sanitária das clínicas de cirurgia plástica e colocar na rua uma campanha para orientar o público a escolher corretamente entre os diversos estabelecimentos e profissionais do setor. Atualmente a inspeção sanitária é feita com base em critérios gerais para clínicas e hospitais.
"Estamos trabalhando para dar mais tranqüilidade e segurança a todos os segmentos envolvidos", resume o vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci. Ele se refere ao protocolo de inspeção sanitária e à cartilha com orientações ao público que começaram a ser discutidas em agosto.
A parceria foi deflagrada depois que um anúncio de jornal chamou a atenção de médicos e autoridades sanitárias para a fragilidade do controle sobre o segmento e dos riscos para o público. Era a oferta de um curso de fim de semana, com aula prática, sobre lipoaspiração – técnica impossível de ser aprendida e praticada em tão pouco tempo de treinamento.
Parceria – O foco da parceria é orientar os profissionais sobre a necessidade de dotar cada clínica, de acordo com o porte dos procedimentos que elas se propõem oferecer, com a estrutura necessária para o atendimento de situações emergenciais. "A idéia é prevenir situações de risco e, se elas acontecerem, garantir que serão bem atendidas", explica a chefe do Setor de Serviços e Produtos de Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Leia Regina da Silva.
Somente depois de orientados é que os responsáveis terão seus estabelecimentos inspecionados. Nessa fase, se a estrutura não estiver de acordo com as exigências, o local será infracionado.
Em Curitiba existem 23 estabelecimentos cadastrados na Secretaria Municipal da Saúde como clínicas de cirurgia plástica e aproximadamente 130 médicos especializados em cirurgia plástica. Mas segundo o secretário-geral da Sociedade de Cirurgia Plástica no Paraná, Arnaldo Miró, o risco existe entre os que não fazem parte dessas duas relações. "Nossa preocupação está entre os que, mesmo não sendo declaradamente do setor ou não estando tecnicamente habilitados, atuam nele", explica.
Finalidade – De acordo com Miró, a meta não é fechar essas clínicas mas adequá-las de modo que possam realizar procedimentos com segurança para profissionais e pacientes. "Fazemos questão que todas tenham estrutura mínima de assistência à saúde compatível com o porte dos procedimentos oferecidos e profissionais habilitados. Nada impede que eles fiquem de acordo com as normas previstas", frisa.
O cirurgião plástico destaca também a contribuição dos pacientes em potencial para o sucesso da parceria. Para ele, se o público estiver bem esclarecido sobre a obediência das normas sanitárias nos locais onde pretende ser operado e sobre os preços de mercado dos procedimentos, estará em condições de descartar as alternativas que possam pôr em risco sua saúde e integridade física. "Queremos que os usuários desses serviços saibam reconhecer a quem confiar e a quem não confiar sua beleza", resumiu.