O ministro da Defesa, Nelson Jobim, cumpre um a um os compromissos assumidos com o presidente Lula, que no ato formal da nomeação lhe confiou uma carta-branca. A disposição do ministro é algo que chama a atenção na Esplanada, onde há algumas figuras que preferem se embuçar num comportamento low profile irritante e passível de variegadas versões, entre elas, a inapetência laboral.
Tirante os planos políticos que o ministro da Defesa decerto traçou para o futuro imediato, os quais ainda não foram revelados expressamente, mas adejam no ar extremamente seco do Planalto Central, sua inserção na mídia é um insight de suas intenções recônditas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), desde o primeiro momento, constituiu para o ministro Nelson Jobim o primeiro nó a ser desatado, mesmo diante da dificuldade legal de substituir diretores protegidos pela inviolabilidade dos mandatos. A tática de Jobim é constranger e, para alcançar o objetivo proposto, nunca dantes os meios justificaram os fins.
De repente, o ministro levou ao presidente Lula o nome da futura presidente da Anac, a economista Solange Paiva Vieira, uma de suas principais assessoras. Todavia, o dirigente atual, Milton Zuanazzi, protegido pelos ministros Dilma Rousseff e Walfrido Mares Guia, não demonstra estar convencido a renunciar ao cobiçado posto.
A fritura, porém, segue em fogo alto, num espetáculo aberto ao público, em contrafação eloqüente do clima pesado que se respira não apenas no cerrado, mas nos gabinetes refrigerados da administração federal.