Claspar barra duas frotas de caminhões carregados com transgênicos

No período de uma semana, a Empresa de Classificação do Paraná (Claspar) refugou duas frotas com mais de 100 carretas da empresa Adubos Viana que transportavam cargas com grãos de soja transgênica, apesar de portarem laudo da SGS do Brasil que certificava o carregamento como sendo convencional. ?A primeira carga era transportada para a Cargill e teve 80 caminhões refugados. A empresa alegou se tratar de um equívoco ? dizendo que a carga tinha outro destino ? mas, uma semana depois, desceram 113 caminhões com cargas que, na primeira análise, também se revelaram transgênicas?, afirmou o superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, nesta sexta-feira (17).

As inspeções ocorreram entre os dias 28 de maio e 8 junho. Após análise com amostragem aleatória, as cargas da primeira frota foram refugadas, por apresentarem indícios de mistura com grãos geneticamente modificados. Os testes ainda foram refeitos com acompanhamento da empresa certificadora e os resultados positivos confirmados. ?A fiscalização que as empresas fazem nas suas compras não está sendo eficiente. A empresa que certificou a soja como sendo convencional agiu de forma irresponsável e criminosa?, ressalta Eduardo. Além da reincidência no ?equívoco?, o superintendente destaca, ainda, o fato de um dos carregamentos ter sido enviado de forma que chegasse na fiscalização na noite de um sábado.

Englobando a verificação de impurezas e excesso de umidade, a média de refugo gira em torno de 6% do número de caminhões parados no pátio de triagem. O número subiu para mais de 50% no dia em que a primeira frota da Adubos Viana foi refugada. Para o superintendente, existe a necessidade de punir a classificadora. ?Querem burlar a fiscalização de qualquer maneira, mas o Porto e a Claspar estão preparados para manter a referência de qualidade exigida pelo Governo do Estado e pelo mundo. Vou pedir para a Secretaria da Agricultura para que não as cargas certificadas por esta empresa sejam recusadas?, reforça.

Segundo o gerente da unidade da Claspar em Paranaguá, César Elias Simão, a fiscalização sobre uma empresa é reforçada quando ela é flagrada com carga contaminada por transgênicos, sobretudo quando a averiguação confirma média tão alta entre os caminhões. Após a primeira fiscalização, os índices de contaminação – por impurezas ou transgenia ? voltaram ao normal, entretanto, o procedimento de precaução levou à verificação de novos indícios no dia 8 de julho, quando 113 caminhões foram barrados no pátio de triagem por apresentarem, novamente, carga com grãos transgênicos.

A pedido da própria empresa, todos os caminhões foram inspecionados novamente e a presença de organismos geneticamente modificados foi confirmada. ?É a primeira vez que retornam tantos veículos de uma mesma empresa?, ressalta Simão.

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