O Citigroup anunciou a compra da exclusividade da marca Credicard – atualmente compartilhada com o Banco Itaú. Desde a venda da participação do Unibanco na empresa de cartão de crédito, em fevereiro de 2005, o Citibank tinha a preferência para exercer o uso exclusivo da Credicard. Pela marca, ele vai pagar cerca de R$ 280 milhões ao Itaú, embora não confirme o valor.
O presidente da Credicard Citi, Hector Nevarez, salienta, no entanto, que o uso restrito da marca Credicard pelo Citibank só ocorrerá a partir de janeiro de 2009. Até lá, a marca continuará sendo compartilhada com o Itaú. A diferença é que, a partir de janeiro de 2007, a emissão de cartão com a marca Credicard somente poderá ser feita pelo Citibank.
Em comunicado oficial, o Itaú também destacou que a partir de janeiro apenas venderá cartões com a marca Itaú (Itaucard e Itaú Personnalité). No início deste ano, os dois bancos fizeram a cisão da carteira Credicard, o que colocou o Itaú na liderança com 25% de participação do mercado brasileiro.
O Citibank ficou com 4,7 milhões de cartões Credicard e 10,5% do setor. Entre os emissores privados, o banco é o terceiro do ranking, afirma Nevarez. Segundo ele, a aquisição da Credicard foi um passo importante na estratégia de crescimento orgânico do banco no Brasil. Assim como no passado a empresa de cartões se beneficiou do poder de distribuição de Itaú e Unibanco (que saiu da sociedade no ano passado), agora a Citi pretende usar os canais de relacionamento criados em 30 anos de atuação, além da forte presença da marca, para apoiar a expansão no País. "Pretendemos abrir agências em locais próximos aos usuários dos cartões e oferecer a eles outros serviços bancários", destacou o executivo.
Ele afirmou que uma das principais vantagens da Credicard é estar presente em todas as classes sociais, especialmente na camada de baixa renda, cujo potencial de crescimento é grande. Nevarez disse ainda que está otimista quanto ao desempenho do setor de cartão de crédito, que tem crescido em torno de 20% ao ano. Embora não tenha revelado projeções para o avanço de cartões no Citibank, ele argumentou que a carteira deva acompanhar o resto do setor.
No Itaú, o comunicado afirmou que o valor de R$ 280 milhões, antes de tributos, será reconhecido no quarto trimestre. O banco acrescentou ainda que deve concluir a aquisição das operações do BankBoston Chile e Uruguai no mesmo trimestre, o que deverá representar um ágio de R$ 440 milhões – valor que será integralmente amortizado.