O candidato à presidência da República pela Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), se irritou com a manifestação de um pequeno grupo de pessoas que carregavam algumas bandeiras do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante comício nesta sexta-feira à noite em João Monlevade, na região leste de Minas Gerais. Ciro iniciou sua fala entre vaias e gritos de ?Lula?.
?Aqui tem um grupo de radicais do PT tumultuando a nossa reunião. Eles podem ficar aí, porque nas minhas reuniões todos têm liberdade, ninguém é agredido. Eu não tenho seguranças, podem ficar aí porque nós vamos ensinar a democracia para esses radicais do PT?, afirmou, apontando o dedo para uma parte do público.
?Essa é a demonstração de querer calar a voz das pessoas. Aqui estão eles, a demonstração clara do que é o autoritarismo, do radicalismo, que amanhã Deus livre o Brasil, vai virar invasão de terra, invasão de casa, vai virar greve, vai virar violência. E nós temos obrigação de levantar a voz contra?, afirmou.
Depois, Ciro ponderou, dizendo que o voto em Lula é um voto dado a um homem ?decente? e ?honesto?, mas voltou a classificá-lo como o ?voto da revolta, do protesto?.
O presidenciável do PPS também atacou a opção pelo candidato do PSDB, José Serra, que, segundo ele, significa ?dar um terceiro mandato? ao presidente Fernando Henrique Cardoso. ?Significa continuar esse modelo econômico que enriqueceu de forma selvagem um punhado de especuladores e empobreceu de forma dramática a classe média e o povo trabalhador brasileiro.?
Ciro passaria a noite em João Monlevade, e neste sábado percorre várias cidades do centro-oeste mineiro e da região metropolitana de Belo Horizonte.