Ao ser questionado hoje sobre como se administra apoios polêmicos, como o do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro e deputado eleito Ciro Gomes respondeu atacando. "Quem é moralista de goela quem quer se apresenta de vestal, de anjo, não pode ter contradições nesse campo", disse ele, deixando claro que estava se referindo às alianças feitas pelo candidato tucano, Geraldo Alckmin.
"Quem é político real, pluralista, democrata e tolerante, que respeita a contradição da vida democrática, entende que as coisas são assim, que as alianças que são feitas", citando os apoios recebidos por Alckmin do casal Garotinho e do PFL da Bahia. Ciro Gomes explicou a estratégia de suas declarações: "Se vier ataque de lá, vai vir de cá, multiplicado por dez". O ex-ministro ponderou que Lula não deu orientações de contra-ataque e lembrou que o presidente "tem um comportamento muito moderado" nas horas de disputa. "Nós, eu e não sei mais quem não sei das quantas não vamos deixar o presidente ser atacado".
Segundo ele, a premissa de que Alckmin é um homem respeitado e que Lula é um homem respeitado, está dada. E o Alckmin vai ter que respeitar o presidente Lula. Ciro ressaltou que o respeito do tucano a lula deve começar já no debate de Domingo. "É como disse o poeta Patativa do Assaré, do Ceará: ‘cante lá que eu canto cá’. Não se pode baixar o nível em nenhuma circunstância e desrespeitar o presidente por causa de algum militante destrambelhado", afirmou, numa referência aos petistas envolvidos com a compra DOP dossiê contra tucanos.
Ele criticou a tentativa de ligar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao escândalo do dossiê Vedoin. "O que pega é catapora. E agora a turma quer que agora, como catapora, o Lula tenha qualquer culpa para pagar num assunto dessa natureza, quando não há nexo funcional absolutamente nenhum que autorize isto", disse.