Ciro Gomes admite que integração do São Francisco não vai acabar com a seca

Brasília – O projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional não vai acabar com o problema da falta d?água no Nordeste brasileiro. O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, explicou hoje que 470 comunidades, vilas e assentamentos vão ser beneficiados, o que representa apenas 45% da população do semi-árido nordestino. "Não vai acabar com a seca", reconheceu o ministro.

De acordo com Ciro Gomes, o projeto não é, por exemplo, "uma resposta ao problema real das populações difusas". Ele explicou que 25% da população nordestina vivem no campo, em casas distantes. E que essas 12 milhões de pessoas não terão acesso ao projeto.

Para minimizar a situação, o governo federal promete construir um milhão de cisternas. Mas admite que elas também não serão a solução definitiva. O volume de água guardado por ano em uma cisterna representa um total muito pequeno. "Não permite nem criar uma cabra. A classe média gasta isso em um mês apenas no banho", comparou o ministro.

Ciro Gomes ressaltou, no entanto, que "a geografia do semi-árido é um dos principais indicadores de fome no Brasil". De acordo com o ministro, a Organização das Nações Unidas recomenda um mínimo de 1.500 metros cúbicos de água ao ano por habitante. E no Nordeste Setentrional, a média é de 450 metros cúbicos ? no Agreste pernambucano, cai a 300 metros cúbicos. "Não há o mínimo de água", disse.

O ministro informou que na bacia do Rio São Francisco o volume de água é de 4.500 metros cúbicos. E ressaltou: "Há água. É preciso fazer com que ela chegue".

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo