Ciro compara opção por Lula a “voto de protesto”

Na tentativa de garantir uma vaga no segundo turno da sucessão presidencial, o candidato do PPS, Ciro Gomes, comparou a opção por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a um “voto de protesto” que não vai resolver os problemas do País.

“Entendo que o voto seja de protesto, de revolta contra o desemprego, contra a corrupção, mas no dia seguinte ao voto de protesto, que eu compreendo, haverá um País a governar no meio de uma crise muito complexa”, alertou, durante comício que reuniu cerca de mil pessoas – segundo a Política Militar – em frente ao Teatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo.

“Não adianta nada protestar e, no dia seguinte, tocar fogo em tudo o que está aí”, completou, afirmando ainda que votar no candidato do PSDB, José Serra, significa dar um terceiro mandato ao presidente Fernando Henrique Cardoso, responsável, segundo o candidato do PPS, pelo índice de desemprego e pela crise econômica.

À noite, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Ciro reforçou as críticas dizendo que “votar em Lula pode até ser uma expressão de revolta compreensiva, mas depois do protesto e da revolta a gente lembra que há um País para governar”.

Questionado sobre a imagem de desequilíbrio e pavio curto, o candidato explicou que essa foi a tática de seus adversários para “embaralhar” a opinião pública, mas as pessoas já perceberam que tudo não passou de “ataques”.

“O presidente Fernando Henrique Cardoso já chamou os aposentados de vagabundos, os adversários de neobobos e o povo brasileiro de caipira, mas nem por isso se fez contra ele ataque de desequilíbrio ou de paviu curto”, argumentou.

“Qualquer ser humano pode soltar uma palavra que, fora de contexto, acaba sendo malcompreendida, ainda mais no Brasil, que tem várias linguagens.”

Na prática, Ciro tem seguido a estratégia traçada pela sua equipe de marketing e comando político da Frente Trabalhista (PPS, PTB e PDT), que consiste em se apresentar como alternativa, segundo os seus assessores, à inexperiência administrativa de Lula e a continuidade representada pelo candidato tucano.

No comício, além de criticar Lula, Ciro não poupou Serra. Ele disse que, durante a campanha, enfrentou “muita pancada, baixarias e tiroteiros” e questionou a ética e os métodos do candidato do PSDB. “No dia em que vocês apontaram para nós, o tiroteio virou para nós e, agora, é o Lula”, afirmou, citando em seguida as críticas feitas pela equipe tucana ao fato de Lula não ter diploma. “E de que adianta ter diploma para roubar e insultar, como estão fazendo?”, questionou Ciro.

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