Um ataque suicida com carro-bomba no centro de Cabul provocou a morte de pelo menos cinco pessoas nesta segunda-feira (04), sendo quatro afegãos e um soldado britânico, informaram autoridades locais e oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em episódios de violência ocorridos hoje em outras partes do Afeganistão, 16 supostos rebeldes e cinco policiais afegãos perderam a vida.

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No sul do país, caças americanos bombardearam por engano soldados da aliança atlântica. O episódio de "fogo amigo" resultou na morte de um militar canadense e deixou mais cinco soldados em condições críticas de saúde.

No ataque com carro-bomba em Cabul, o militante suicida detonou os explosivos no momento em que seu veículo passou por um comboio militar britânico. Um soldado morreu e outro ficou gravemente ferido, informou o Ministério da Defesa da Grã-Bretanha.

Além do militante suicida e do soldado, quatro civis afegãos também morreram no ataque, ocorrido na rodovia entre Cabul e Jalalabad. Pelo menos dois soldados da Otan e sete civis afegãos ficaram feridos no ataque, informaram autoridades locais e oficiais da aliança atlântica.

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Já o episódio de "fogo amigo" ocorreu no âmbito de uma operação na qual a Otan alega ter matado 200 supostos rebeldes. Segundo um comunicado militar, soldados requisitaram apoio aéreo em Panjwayi, na província de Kandahar, "quando lamentavelmente dois aviões abriram fogo contra forças amigas".

O major Scott Lundy, porta-voz da Otan, disse que o incidente será investigado. Inicialmente, a Otan não identificou a qual força aérea aliada pertenciam os aviões. Mais tarde, o sargento Chris Miller disse que as aeronaves responsáveis pelo bombardeio pertenciam aos Estados Unidos.

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Enquanto isso, a Otan anunciou que a Operação Medusa, iniciada no sábado em Kandahar, resultou na morte de mais de 200 rebeldes supostamente vinculados à milícia fundamentalista islâmica Taleban.

Ainda de acordo com os números da aliança atlântica, mais 80 supostos talebans foram detidos e 180 conseguiram escapar. Ao mesmo tempo, o Ministério da Defesa do Afeganistão informou que 89 rebeldes, e não 200, morreram entre o sábado e o domingo em Kandahar.

Por sua vez, o mulá Dadullah, comandante militar do Taleban no sul e no sudeste do Afeganistão, qualificou a alegação da Otan como propaganda e assegurou que a informação está errada. "Eles estão dizendo que mataram 200 talebans, mas não mataram nem ao menos dez", disse Dadullah.

"De agora em diante, gostaria de avisar aos jornalistas que, se eles usarem informações erradas fornecidas pelas forças aliadas ou pela Otan, nós atacaremos também os jornalistas e a mídia em geral", confirmou Dadullah. Dadullah aproveitou para afirmar que o Taleban registrou 500 afegãos prontos para atuar como homens-bomba e disse que o mulá Omar, líder foragido do Taleban, continua sendo o comandante supremo da milícia.