Médicos iranianos supervisionaram a primeira clonagem animal do país – um carneiro, que morreu minutos depois do nascimento – e planejam experimentos futuros nas pesquisas genéticas e com células-tronco, disse um membro da equipe, nesta quarta-feira (09).
O programa do Irã é parte das ambições do regime islâmico de se tornar um centro regional para tecnologia médica, espacial e nuclear – que levou a um desentendimento internacional, devido às alegações de países ocidentais de que Teerã também busca armas atômicas. "Nós aprendemos muito sobre clonagem durante o experimento. Isto nos deu mais esperanças para os próximos casos", disse Morteza Hosseini, membro da equipe de clonagem no Instituto Isfahan, no centro do país.
Hosseini disse que a ovelha clonada morreu cinco minutos após seu nascimento, em 2 de agosto, devido a problemas respiratórios. A ovelha que recebeu o implante do embrião clonado deu à luz uma semana antes do previsto e estava saudável ele disse. Hosseini disse que pesquisadores iranianos em Teerã e Isfahan esperam realizar mais experimentos de clonagem nos próximos meses.
O programa recebeu o apoio de líderes religiosos xiitas do Irã, que divulgaram decretos religiosos autorizando a clonagem de animais, mas proibindo estes experimentos com humanos. A maioria dos cerca de 70 milhões de iranianos é xiita, constituindo cerca de 15% do 1,2 bilhão de muçulmanos ao redor do mundo. Muitos clérigos sunitas, porém, deram declarações contra a clonagem em qualquer forma.
Médicos britânicos viraram manchete há dez anos com a ovelha clonada Dolly. Desde então, o rápido progresso na pesquisa genética e de células-tronco aumentaram os debates sobre a ética e os limites da medicina.
Cientistas dizem que clonar ovelhas e outros animais poderia levar a avanços na pesquisa médica, incluindo a utilização de animais clonados para produzir anticorpos humanos contra doenças.