Cidades na fronteira Brasil-Uruguai fazem acampamento paralelo ao Fórum

Brasília ? Integrar dois povos, debater temas ligados à democratização da economia e pensar uma nova realidade. Esses são os principais objetivos do 1º Acampamento Binacional Brasil?Uruguai. O evento será realizado entre os dias 24 e 29 de janeiro, simultaneamente ao Fórum Social Mundial 2006, na fronteira dos dois países, na Barra do Chuí, município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, e na Barra do Chuy, departamento de Rocha, no Uruguai.

A criação do acampamento foi proposta por movimentos sociais dos dois países e apresentada por representantes de entidades à Plenária Organizadora do 4º Acampamento do Fórum Social da região sul do Rio Grande do Sul, em Pelotas, em julho passado, que aprovou a mudança para um acampamento binacional.

"O objetivo central é conseguir ter um espaço para as diversas visões acerca da transformação da nossa realidade. Nós temos uma coisa que nos une, que é a negação desse sistema capitalista que temos hoje no mundo em uma de suas formas, que é o neoliberalismo", explica o coordenador executivo da organização do 1º Acampamento Binacional Brasil-Uruguai, Lauro Borges.

Os debates desse primeiro acampamento terão quatros eixos principais: lutas e alternativas políticas ao capitalismo; culturas e comunicação; relação entre poder, democracia e Estado e povos das Américas: questões da diversidade étnica. Segundo Borges, as discussões terão duração de até três horas e meia e serão mediadas por dois debatedores do Brasil e dois do Uruguai, em um espaço reservado para duas mil pessoas.

Paralelamente a essas temáticas, estão previstas mais de 50 oficinas, com capacidade para 100 pessoas cada, onde serão tratados temas mais transversais, como meio-ambiente, educação, saúde, cidadania, questões das mulheres, negros, indígenas, de fronteira, entre outros. "Nós queremos discutir alternativas para a construção de um outro mundo. É aí que entra todo esse debate e que no final, com certeza, vamos terminar esse evento tendo uma carta final, conclusões e eixos que vão, daqui para frente, nos nortear nessa luta", afirma Borges.

Mais de 40 entidades brasileiras e uruguaias participam oficialmente do evento, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT); a União Nacional dos Estudantes (UNE); o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Do lado uruguaio, a Central Sindical Uruguaia (PIT-CNT), a Federação dos Estudantes Universitários do Uruguai (FEUU) e o Instituto Nacional de Juventude do Uruguai (Inju). Segundo Lauro Borges, 1.500 inscrições já foram efetuadas e a expectativa é de que ao longo dos seis dias 10 mil pessoas participem do acampamento.

Da mesma forma como aconteceu nas cinco edições anteriores do Fórum Social Mundial, no primeiro dia do Acampamento Brasil-Uruguai será realizado o Fórum de Autoridades Binacional, que reunirá autoridades e políticos "para discutir a sua participação na criação de um outro mundo possível", explica o coordenador. Além disso, após o término dos debates, a cada noite haverá apresentações artísticas, teatrais e shows musicais. O músico popular uruguaio Pablo Estramin e a sambista brasileira Leci Brandão se apresentam no dia 27.

Os interessados em participar podem se inscrever pelo site do 1º Acampamento Binacional Brasil ? Uruguai no endereço (forumbinacional.org.br) ou obter outras informações pelo telefone (53) 3225-2907.

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