A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está preocupada com a quebra dos recordes de venda de carros no País. É estranho que a corporação representativa do setor industrial mais badalado e com desempenho brilhante entre os pesos-pesados da economia brasileira, com exceção dos bancos, venha a público demonstrar esse tipo de veleidade.
Todavia, a Anfavea está coberta de razão, porque consegue enxergar com lúcida antecipação uma problemática que muitas autoridades fazem questão de minimizar: a absurda carga de veículos automotores que infesta nossos principais centros urbanos, e os quilométricos engarrafamentos registrados dia a dia das grandes capitais.
O resumo da ópera é instigante, vez que os fabricantes de veículos estão convictos que falta espaço para tanto carro na maioria das grandes cidades brasileiras. O exemplo de São Paulo é típico, mas não é o único.
Centros metropolitanos como o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis – entre outros -apresentam desafios insolúveis aos mais experimentados urbanistas e planejadores.
Uma das soluções apontadas pela Anfavea, que não se restringe apenas ao caos rodoviário paulistano, é o redimensionamento dos sistemas de transporte de massa, com a criação de novos espaços para a circulação de coletivos e a ampliação dos já existentes.
Há três décadas, um prefeito de São Paulo via o pior e clamava no deserto contra o crescimento desordenado…