Cicinho deverá ganhar última chance

Cafu terá vida longa na seleção brasileira, apesar dos 35 anos completados no mês passado. Cicinho, destaque do futebol brasileiro na temporada, poderia ser a grande sombra de Cafu, mas não se apresentou bem na derrota contra o México, no domingo. Está cada vez mais longe do Mundial de 2006. Parreira, apesar da fraca exibição do lateral do São Paulo, deve prestigiar o jogador contra o Japão, nesta quarta-feira, em Colônia.

O técnico está inclinado a mudar quase toda a defesa da seleção. Cicinho entraria na barca dos candidatos à degola. Só não deixará o time porque Maicon (do Monaco), convocado às pressas com o corte de Belletti, ainda vive as "férias". Quando Parreira foi obrigado a desconvocar Belletti, a dois dias do início da Copa das Confederações, Maicon passeava pelas praias de Florianópolis há mais de dez dias.

"Trouxemos quatro laterais para observações. Em dois jogos (Grécia e México) já deu para analisar os dois que jogaram (Cicinho e Gilberto). Vamos ver o Léo. O Maicon eu já conheço, foi titular na Copa América (em julho de 2004, no Peru)".

Parreira gostaria de trocar Cicinho por Maicon, nesta quarta-feira, contra o Japão. Só não confirma a mudança porque o lateral do Monaco, ainda não se recuperou da "temporada de férias". "Ele não está na condição ideal", contou o treinador.

É nítida a preferência de Parreira por Belletti e Maicon – um deles na reserva de Cafu. Cicinho seria a terceira opção com grandes chances de ser a primeira no caso de emplacar uma grande exibição na Copa das Confederações. Contra o México, porém, levou uma infinidade de bolas nas costas e comprometeu seu futuro na Seleção. "Gostei do Cicinho no primeiro jogo", admitiu Parreira. "No começo estava um pouco inibido. Depois se soltou, marcou bem e foi ao ataque.

Para um jogador que praticamente estreou na Seleção em uma competição internacional de alto nível, ele foi bem".

Este comentário Parreira fez no dia seguinte à vitória contra a Grécia. Segunda, um dia depois do fiasco diante do México, o técnico da Seleção não repetiu os elogios ao lateral do São Paulo. Contra Cicinho pesa ainda a falta de experiência internacional tão acalentada pelo treinador do Brasil. "Não é que os jogadores que atuam na Europa são melhores. Eles levam vantagem porque já conhecem todo tipo de situação em jogos internacionais. Estão acostumados nos seus clubes a enfrentar os adversários que atuam nas seleções de seus países. Para eles, não há nenhuma surpresa", insiste o técnico.

Cicinho não se encaixa nessa teoria de Parreira. E, apesar do esforço e dedicação, pode perder o espaço que começava a conquistar.

Léo, lateral-esquerdo do Santos, também corre o mesmo risco de Cicinho. Aos 28 anos de idade, sem nunca ter jogado no futebol europeu, Léo será o titular contra os japoneses. Terá a grande chance na partida decisiva da seleção na Copa das Confederações. "É muito bom que seja assim. Se o Brasil estivesse classificado o jogo seria morno. Como precisamos de vencer ou pelo menos empatar, a partida será bem disputada. Este tipo de jogo é que nos motiva ainda mais", disse Léo, no treino dos reservas em Leverkusen. E ainda mandou um recado para Zico, técnico do Japão: "Ele é um exemplo para todos nós, jogadores, mas minha vida e minha pátria estão em jogo".

Léo tem de mostrar muito serviço. Cicinho, nem se fala. Caso contrário, voltarão abraçados para o Santos e São Paulo. Cafu e Roberto Carlos podem dormir tranqüilos. O reinado não está ameaçado.

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