Assistimos em estupor a recente discussão sobre os efeitos da taxa Selic sobre a economia doméstica, outrora matéria curricular dos cursos de formação de normalistas, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Hoje, tema de interesse nacional presente nas primeiras páginas dos jornais.
O próprio Luiz Inácio Lula da Silva deu o primeiro chute. A taxa de juros praticada na economia brasileira, mesmo que estratosférica, não perturba o ritmo do consumo. Ou seja, na ótica peculiar do chefe da nação, não obstante a taxa campeã do mundo, o mercado está cada vez mais garrido e as vendas nos supermercados não cessam de aumentar.
Com o respeito que o presidente merece, seria de indagar se ele conhece a fórmula mágica que permita o sustento sem gastos com comida, roupas, calçados e remédios, apenas para estacionar nessa curta lista que para a maioria representa um sacrifício inaudito.
Já o vice-presidente José Alencar não partilha a mesma opinião. Desde o primeiro dia criticou a política de juros do Banco Central como inconveniente e nociva ao crescimento econômico.
Por dever de ofício e lealdade a Lula, admite que a sociedade deve bradar contra os juros altos, mas não deixa de concordar com a última do Severino, para quem o BC não deve ter exclusividade para essa decisão.