O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deu início hoje à discussão com líderes partidários sobre o aumento salarial dos parlamentares. Na reunião do colégio de líderes, Chinaglia pediu que eles discutissem com suas bancadas qual proposta o partido de cada um defende sobre a questão salarial.
Chinaglia contou que o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), segundo secretário da Câmara, levou a questão do reajuste na reunião da mesa realizada semana passada. Segundo ele, a idéia é que o reajuste deverá ser tratado ouvindo os líderes e com a decisão do plenário. Na reunião, líderes do PFL, Onyx Lorenzoni (RS), e do PT, Luiz Sérgio (RJ), afirmaram que concordam com reajuste igual ao índice de reposição da inflação dos últimos quatro anos. Esse índice elevaria o atual salário de R$ 12.847 para R$ 16.500.
O líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), considerou, em entrevista após a reunião, a discussão inoportuna no momento porque a Câmara vivia um impasse político com queda na produção legislativa por conta do conflito em torno da CPI do Apagão Aéreo. "Ninguém está deixando de exercer o mandato por questões materiais. Os deputados não chegam à Câmara por causa dos vôos", disse Alencar. Ele afirmou ainda que a idéia proposta por Chinaglia é discutir o reajuste salarial dos parlamentares em um contexto geral levando em conta o teto salarial e os salários dos executivo.
Na semana passada, ao dar posse a três ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os salários do Executivo são baixos.