Após uma ?operação bombeiro? dos aliados de ambos, Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) baixaram o tom dos ataques esta semana. Defensores de um e outro candidato à direção da Câmara decidiram intervir por temer que a divisão da base se tornasse irreversível depois da eleição e prejudicasse os interesses do governo no Congresso. Também viam o risco de que o enfrentamento entre Aldo e Chinaglia acabasse favorecendo o terceiro candidato, Gustavo Fruet (PSDB-PR).
Entraram na operação o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), aliado de Aldo, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), o ex-ministro de Integração Nacional Ciro Gomes (PSB) e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). No fim de semana, Berzoini foi ao Recife conversar com Campos, que já tinha falado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de acalmar os ânimos.
Aliados de Aldo reclamavam do uso da máquina por ministros a favor de Chinaglia. Até o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, foi acusado de favorecer o petista e pressionar Aldo a abandonar a disputa. O primeiro resultado das conversas foi mobilizar Lula. Ele declarou que considera os dois candidatos da base como filhos e, por meio de Tarso, desautorizou qualquer negociação de apoio a Chinaglia em troca de cargos no Executivo.
?A eleição da Câmara não pode ser um fator desagregador da base? afirmou Berzoini. ?Quando o tom da disputa sobe, é ruim para o governo, para a instituição e para o dia depois (da eleição)?, completou Campos. Ontem, Chinaglia disse que o tom da campanha baixou e negou que a eleição possa dividir a base.
Aldo teve ontem o apoio formal do PSB, que elegeu 27 deputados. Mas Luiza Erundina (PSB-SP) manteve sua posição em defesa de Fruet, por ser o candidato da chamada terceira via.