O presidente da Câmara dos Deputados,Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta sexta-feira (9) que vai continuar com as votações normalmente, apesar de as oposição terem anunciado boicotes nas votações no plenário, enquanto não for instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. Na próxima terça-feira (13), deve ser votada a proposta de emenda Constituição que acaba com o voto aberto nas decisões da Casa.

continua após a publicidade

"Respeito tudo aquilo que o regimento permite eautoriza, e cumprirei o meu papel da mesma forma", afirmou Chinaglia. Atéo fim do mês, a Câmara deve votar diversos projetos relacionados aos direitos das mulheres.

Quanto representação apresentada pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) ontem (8) no Conselho de Ética, Chinaglia disse que cabe ao próprio conselho analisar. Alencar entrou com três representações propondo a cassação do mandato dos deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Paulo Rocha (PT-PA) e João Magalhães (PMDB-MG).

Costa Neto e Rocha são acusados de terem sido beneficiado com recursos das empresas do publicitário Marcos Valério, no chamado esquema do mensalão. Magalhães foi apontado como suspeito de envolvimento com a compra de ambulâncias superfaturadas com recursos de emendas parlamentares. "Nãorecebi nada até agora, mas não creio que o clima da legislação passada, que teve altíssimas temperaturas, vá se repetir", ressaltou o presidente da Câmara.

continua após a publicidade

Nesta manhã, Chinaglia recebeu o senador chileno Jorge Pizarro, presidente do Parlamento Latino-Americano. Pizarro mostrou-se preocupado com a decisão do governo de São Paulo de não aceitar mais a sede do parlamento. Ele disse que o governador José Serra alega falta de recursos e que a sede do parlamento ficará na capital paulista até dezembro deste ano.

"Do ponto de vista político, manifestamos a vontade de que a sede continue em São Paulo. É isso queteremos de trabalhar com o parlamento brasileiro, com o governo Lula ecom o chanceler Celso Amorim. O Brasil é um país que tem muita influência na região", disse o senador chileno.

continua após a publicidade

A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou do encontro, disse que a idéia é discutir o assunto também com o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo Vanessa, o presidente Lula tem conhecimento do assunto. "A presidente Michelle Bachelet [do Chile], em encontro recente, comunicou o fato ao presidente. Já está havendo uma mobilização, inclusive com os ministérios das Relações Exteriores dos dois países. O nosso objetivo é enfrentar essa crise e fazer que, da crise, o Parlatino saia mais fortalecido", disse a deputada.