O ex-líder do PT na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), afirmou, hoje, que as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a não apuração de casos de corrupção no governo Fernando Henrique Cardoso "só trazem confusão". Segundo o deputado, Lula, talvez, não quis dar continuidade às denúncias ouvidas por assessores por não haver provas. "Se alguém apresentasse provas naquele momento, tenho certeza que Lula tomaria uma atitude. Mas, de qualquer maneira, nos termos em que foi colocada (a declaração), só traz confusão. Então, era melhor não ter dito", disse Chinaglia.
O deputado, entretanto, engrossou as críticas ao processo de privatização no governo FHC. Principalmente, em relação ao setores de telecomunicação e energia. "Só no setor de energia, metade do dinheiro pago nas privatizações veio do BNDES", resumiu o deputado, que participa do Fórum das Prefeitas e Prefeitos Petistas do Estado de São Paulo", em São Carlos, a 230 quilômetros de São Paulo.
Lideranças
Lideranças petistas que também participam do Fórum defenderam hoje as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que teria evitado divulgar supostos casos de corrupção do governo Fernando Henrique Cardoso para não "achincalhar" a gestão anterior. O prefeito de São Carlos e ex-coordenador da equipe de transição nas áreas de Educação e Ciência, Newton Lima (PT), considerou que o presidente Lula "não disse nada mais do que está sendo apurado desde o governo FHC".
Segundo o prefeito, cabe ao PSDB demonstrar que não houve problemas de corrupção durante as apurações. "Falar em prevaricação é bobagem", completou Lima.
Já o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, classificou como chantagem as ameaças do PSDB de processar o presidente Lula. "A Nação já tinha conhecimento de todas denúncias feitas no processo de privatização, o Ministério Público Federal as investigou desde o início e o Lula só não fez alarde ao assumir porque era um momento frágil", disse. "Portanto, o que o Lula falou ontem não é novidade alguma", concluiu.