Chinaglia diz que CPI pode ser palco de disputas políticas

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que a CPI do Apagão Aéreo na Casa pode ser utilizada como palco de disputas políticas pela oposição. Chinaglia afirmou ser natural que os partidos de oposição tentem se aproveitar da situação para desgastar o governo, mas destacou que o governo também tem capacidade para se defender.

"O que eu não acho adequado é quando uma CPI extrapola seu papel e não cumpre aquilo que a sociedade esperar", disse, após participar da solenidade de entrega de 300 veículos especiais para Polícia Rodoviária Federal na sede da General Motors, em São Caetano do Sul.

Ele citou como exemplo as CPIs que atuaram no auge da crise política do governo Lula, em 2005, que embora formulassem denúncias, eram incapazes de realizar investigações, tarefa que acabou sendo feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. "Ou seja, o único risco com que me preocuparia, e espero que não ocorra, é que a CPI não apresente um bom trabalho à sociedade ao final de seus trabalhos. Quando às disputas políticas, não há problema", declarou.

O presidente da Câmara disse ainda que não acredita que a CPI atrase a votação dos projetos de lei referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Vai haver o trabalho da CPI, que é uma comissão temporária, o trabalho das comissões permanentes e mais o trabalho do Plenário. Eu não vejo nenhum problema", afirmou.

Segundo ele, não há perda de credibilidade pelo fato de o presidente e o relator da comissão pertencerem a partidos da base aliada. "Se fosse assim, praticamente todas as CPIs não teriam credibilidade. O líder do governo, José Múcio (PTB-PE), mostrou que as últimas oito CPIs do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foram presididas e relatadas por partidos da base do governo. Em disputa de poder ninguém dá a vez, todo mundo usa o poder que tem", lembrou.

Na avaliação de Chinaglia, os nomes indicados pelos partidos para integrarem a CPI não são de deputados desconhecidos e de atuação apagada. "Eu nunca prestei atenção a essa observação. Para mim todos os nomes são conhecidos, sou deputado e naturalmente conheço todos", disse. "Mas se houve surpresa (na indicação de nomes de deputados), é uma boa surpresa, até para as pessoas não ficarem focadas apenas naqueles que são líderes e no presidente da Câmara", acrescentou.

Ele ressaltou ainda que cada partido decidiu de que forma indicaria seus membros para atuar na CPI, "e naturalmente procuraram fazer boas escolhas".

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo