O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse há pouco, ao chegar para a reunião ministerial, na Granja do Torto, que a revelação do publicitário Duda Mendonça, ontem, na CPI dos Correios, "foi tenebrosa", ao deixar claro que parte da campanha presidencial de 2002 foi paga com dinheiro do exterior.
Chinaglia, no entanto, disse não trabalhar com a hipótese de que a coordenação da campanha de Lula, a tesouraria e a direção do PT tenham responsabilidade nisso. "Isso é inadmissível. Não trabalho com a hipótese de que tenha ocorrido tamanha estupidez", disse. "Alguns dirigentes do PT, sabe-se lá quem, nos meteram numa enrascada", reconheceu Chinaglia. "Eu não meço o PT pela ação de um ou outro dirigente. Eu meço pela história , pelo conjunto dos militantes e pela minha própria história", acrescentou o líder governista.
Chinaglia cobrou da nova direção do PT explicações sobre as denúncias de Duda Mendonça, pois disse temer que o partido seja penalizado, com a cassação de registro ou a perda dos recursos do fundo partidário. Sobre declarações de parlamentares da oposição, que propuseram o eventual afastamento do presidente Lula, Chinaglia admitiu que "a oposição teve a cautela devida de não cogitar a sério essa história de impeachment".
