O presidente da Câmara Federal, deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP), afirmou nesta quarta-feira (21) em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que vai intermediar as negociações entre governadores e União, sobre as dívidas dos Estados. "Embora o Poder Legislativo não entre nessa questão, posso fazer com que o diálogo entre ambos seja melhorado".
A afirmação foi feita na Base Aérea de Campo Grande, onde embarcou para São Paulo depois de passar o carnaval em Bonito, no Pantanal, com a esposa e o filho. Ele ressaltou que ficará atento a tudo que se relaciona ao problema, explicou que a sua intermediação, é um pedido pessoal do governador André Puccinelli (PMDB).
O Mato Grosso do Sul deve quase R$ 6,5 bilhões para o governo federal. A amortização consome R$ 1 milhão por dia, o que inviabiliza o crescimento do Estado. Segundo Puccinelli, a exemplo dos demais estados do Centro-Oeste, o MS também está disposto a acionar judicialmente a União em busca da renegociação.
Esse objetivo foi um dos pontos principais defendidos pelo governador durante a campanha eleitoral. Ao iniciar o governo, Puccinelli encontrou duas parcelas da dívida com a União não pagas pelo ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, num total de R$ 46.546.258,24. Ele lembrou ter dito várias vezes, que os Estados correm sério risco de "quebrar" caso os critérios de cálculo dos juros da dívida não sejam revistos.
Para Pucinelli, o 12º Fórum de Secretários de Fazenda do Centro-Oeste, Rondônia e Tocantins, que será realizado em Cuiabá (MT) amanhã e sexta-feira, deve ser a última tentativa para que o governo federal possa ouvir os estados. A disposição é a de que não havendo resposta da União em 30 dias, ocorra a votação no próximo fórum pela ação judicial.