Os governos brasileiro e chinês vão desenvolver um trabalho de cooperação na área de álcool combustível, com o intuito de trocar experiências sobre a produção, equipamentos e tecnologia. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, recebeu hoje o vice-ministro da Comissão Estatal de Planejamento e Desenvolvimento da China, Zhang Guobao. Segundo Amaral, a China está interessada em aumentar a mistura do álcool na gasolina e, até mesmo, em estudar a utilização do carro a álcool.
Esse intercâmbio, de acordo com Amaral, poderá resultar em aumento das exportações de automóveis brasileiros para a China. O ministro chinês terá hoje à tarde reuniões com representantes da Associação Brasileira de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e do ministério do Desenvolvimento para ampliar as discussões sobre o trabalho de cooperação que poderá ser desenvolvido.
O ministro chinês disse que é do conhecimento do seu governo o “”êxito que o Brasil tem tido na utilização do álcool combustível” e, por isso, estão interessados em estabelecer o intercâmbio.
Além disso, Guobao relatou os avanços nas negociações entre Embraer e China. A empresa aérea brasileira está disposta a instalar, em parceria com empresas chinesas, uma unidade de produção de jatos regionais naquele país, para a montagem das aeronaves demandadas pela China. Segundo Amaral, o mercado chinês tem capacidade de absorver 400 jatos produzidos pela Embraer.
Guobao informou ainda que todos os anos a China importa do Brasil 18 milhões de toneladas de minério de ferro e que a tendência é de crescimento desse volume. “A China é o mais importante parceiro do Brasil na área de minério”, disse. O ministro brasileiro destacou que as exportações totais do Brasil para a China aumentaram 75% em 2001.
No encontro, o ministro Sérgio Amaral confirmou seu apoio à candidatura de Xangai para sediar a Exposição Mundial de 2010. A votação e escolha do país sede será realizada em dezembro, portanto, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Com relação à possibilidade de a China vir a apoiar o Brasil na tentativa de conseguir ter um membro no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Guobao disse que o governo chinês apoia o Brasil para que ele tenha um papel mais importante na ONU. Ele não quis dizer especificamente sobre a participação do país no Conselho de Segurança, mas defendeu reformas na ONU, com vistas a aumentar a representatividade dos países em desenvolvimento. (Correio Web/FolhaNews)