China não reagiu diante das salvaguardas do governo brasileiro

A imprensa e o governo chinês ainda não reagiram oficialmente aos decretos que regulamentam as medidas de salvaguarda contra a

importação de produtos chineses anunciadas ontem pelo governo brasileiro. A notícia foi veiculada apenas pelo site oficial do Ministério do Comércio da China, reproduzindo uma nota postada no site da Embaixada da China no Brasil.

A notícia, de duas linhas, se resume a especificar que o "presidente brasileiro e os ministros concernentes publicaram no Diário Oficial do Brasil do dia 6 de outubro os decretos de número 5556 e 5558, que adotam medidas de salvaguarda contra os produtos têxteis e produtos especiais chineses".

A suposta apatia se justifica: os chineses estão curtindo os estertores do feriadão prolongado de cinco dias alusivo ao dia primeiro de outubro, data de fundação da República Popular da China.

Ao mesmo tempo, a seqüência dos fatos parece dar razão às análises proferidas ontem pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, sobre os interesses comuns que unem chineses e brasileiros em relação à participação do G-20 nas negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo chinês não apenas promoverá a 7ª Conferência de ministros da Fazenda e presidentes dos Bancos Centrais do G-20 nos arredores de Pequim, bem como enviará o próprio presidente, Hu Jintao, para presidir a solenidade de abertura do encontro prevista para o dia 16 de outubro.

Fontes ligadas ao comércio exterior na China ouvidas pela Agência Estado nesta Capital classificaram esta atitude chinesa como "normal e compatível com o pragmatismo que rege a sua política externa".

Em relação à aplicação das salvaguardas, as mesmas fontes ressaltaram que o ministro Furlan sempre "expressou aos chineses que o Brasil regulamentaria as medidas de proteção, independentemente do resultado final das negociações comerciais realizadas na semana passada".

Mas, avaliou uma dessas fontes, é preciso ressaltar que as negociações em torno das restrições voluntárias para as exportações de produtos chineses para o Brasil permanecem abertas. Elas ainda se constituem no melhor caminho para os dois países e não podem ser menosprezadas por ambas as partes.

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