China incrementará cooperação militar com o Sudão

A China, criticada por seu apoio ao Sudão, incrementará sua cooperação militar e também em outras áreas com o país africano, informou a mídia estatal chinesa. A China compra dois terços da produção sudanesa de petróleo e vende armas e aviões militares ao país africano, mas tem sido criticada por não usar sua influência sobre o Sudão para colocar um fim à crise humanitária na região de Darfur.

A agência estatal Xinhua News informou que os países trabalharão "para ampliar a cooperação e o intercâmbio militar a vários setores". O anúncio foi feito durante a visita do chefe de gabinete do governo do Sudão, Haj Ahmed El Gaili, à China. "As relações militares entre a China e o Sudão se desenvolveram com tranqüilidade", disse o ministro chinês da defesa, Cao Gangchuan acrescentando que "a China está pronta para desenvolver a cooperação entre os militares em qualquer esfera.

O porta-voz do Ministério do Exterior, Qin Gang, informou que os dois países "trocaram idéias sobre a questão de Darfur" e pediram que uma solução seja alcançada por meios políticos. Segundo ele, foi discutido um plano proposto pelo ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, no ano passado. "Nós esperamos que o lado sudanês mostre maior flexibilidade na implementação do plano de Annan", disse Qin, acrescentando que não existem detalhes se novas vendas de armas ao Sudão estavam em discussão.

Os Estados Unidos e o Sudão concordaram em novembro em um plano apoiado por Annan, que prevê o deslocamento de uma força de paz ao Darfur, de 20 mil homens da União Africana e da ONU. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, não apoiou a proposta e disse que concorda apenas com o apoio técnico e logístico da ONU à força. El Gaili chegou a Pequim no domingo para uma visita de oito dias à China.

Como integrante permanente do Conselho da Segurança da ONU, a China está sob pressão para usar sua influência sobre Cartum. O conflito no Sudão estourou em 2003, quando grupos étnicos de rebeldes africanos tomaram as armas contra o governo central, dominado pelos árabes.

O governo sudanês é acusado de usar milícias árabes chamadas Janjaweed em atrocidades contra os rebeldes e civis de Darfur. Mais de 200 mil pessoas foram mortas e 2,5 milhões fugiram das suas casas nos últimos quatro anos.

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