China firma pacto e promete ajuda nuclear ao Paquistão

O presidente da China, Hu Jintao, assinou nesta sexta-feira (24) um pacto comercial de cinco anos com o Paquistão e prometeu dar continuidade ao desenvolvimento conjunto de energia nuclear. O líder chinês também colocou-se à disposição para desempenhar um "papel construtivo" para solucionar as divergências entre o Paquistão e a vizinha Índia, dois rivais com capacidade nuclear bélica.

O anúncio vem à tona apenas um dia depois de Hu ter desembarcado em Islamabad após visita à Índia. A turnê pelo sul da Ásia é vista como uma iniciativa do país mais populoso do mundo para se tornar mais influente politicamente e reforçar as relações econômicas e militares numa região marcada pela instabilidade.

Caxemira

A disputa entre a Índia e o Paquistão pela Caxemira, por exemplo originou duas das três guerras travadas entre os dois países nos últimos 60 anos. Hoje, numa entrevista coletiva conjunta concedida ao lado do presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, Hu prometeu desempenhar um "papel construtivo" para a solução de conflitos como o da Caxemira.

Musharraf defendeu uma solução para o conflito ao afirmar que tanto o Paquistão quanto a Índia desejam a paz e devem levar adiante as negociações. No campo da cooperação econômica, o Paquistão e a China assinaram um pacto de comércio, investimentos e joint ventures de cinco anos que deve triplicar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões ao ano até 2010.

Hu, o primeiro líder chinês a visitar o Paquistão em uma década, também disse que Pequim continuaria ajudando Islamabad a produzir energia nuclear. Na década passada, a China ajudou o Paquistão a construir sua segunda usina nuclear. Durante a visita de Hu, Paquistão e China também acertaram uma colaboração de longo prazo para o desenvolvimento conjunto de aviões, inclusive um sistema de vigilância aeronáutica conhecido como Awacs, informou a força aérea paquistanesa.

Paquistão e China são aliados de longa data. Pequim ajudou Islamabad no desenvolvimento de sua infra-estrutura. No ano passado, o comércio bilateral cresceu 39%, atingindo US$ 4,26 bilhões.

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