O governo chinês continua a construir uma nova grande muralha para barrar todo o conteúdo web que não for de seu interesse. Agora, os sites de notícias do país estão proibidos de publicar "qualquer notícia que fira a segurança nacional e os princípios básicos do socialismo", segundo informa a agência oficial Nova China.
Não é a primeira vez que Pequim tenta fragmentar a internet. Em junho, seus blogueiros froam ameaçados de severas punições, caso não se registrassem oficialmente. À mesma época, membros de grupos de discussão foram obrigados a fazer seu login, usando o nome verdadeiro e posts que criticavam o governo eram tirados do ar imediatamente.
O pior é que a tentativa chinesa de banir a liberdade de expressão online, conta com a ajuda de gigantes do Ocidente. O sistema de blogs em chinês da Microsoft, por exemplo, impede que se escrevam vocábulos como "liberdade" ou "democracia". Já o Google China não inclui páginas contrárias ao regime comunista do país.
Mais: recentemente, o Yahoo foi acusado de fornecer dados do e-mail do jornalista Shi Tao, que teria passado informações de Estado, considerada secretas. Por conta disso, Tao foi preso e condenado a dez anos de prisão.
As medidas chinesas de censura levaram a associação internacional "Repórteres Sem Fronteira", a lançar um guia com dicas sobre como criar um blog e operá-lo de forma anônima. O "Manual para Blogueiros e Dissidentes Online" pode ser baixado no site da RSF e está disponível em inglês, francês, chinês, árabe e farsi.
O manual baseia-se em conselhos técnicos de blogueiros experientes e especialistas, e oferece relatos pessoais de internautas como Arash Sigarchi, que foi condenado a 14 anos de prisão no Irã, em fevereiro, mas está aguardando em liberdade o resultado de sua apelação.
"Ainda que eu tenha sido condenado pelos tribunais iranianos, não perdi a esperança e estou convicto de que, nos próximos anos os líderes de meu país terão de aprender a respeitar o livre fluxo de informação e a liberdade de informação", diz Aaras.
