Chile é país mais sustentável da América Latina, aponta pesquisa

A Consultoria Management & Excellence (M&E), com sede em Madri, em colaboração com a revista Latin Finance, elaborou um ranking levando em conta 50 indicadores econômicos, sociais, ambientais, políticos, jurídicos, de governança corporativa e de corrupção, comparando os oito principais países latino-americanos. No resultado, acabou classificando o Chile como o país mais sustentável e ético da região. A Argentina ficou em segundo lugar, à frente do México e do Brasil.

O ranking do nível de sustentação M&E é elaborado anualmente. O Chile teve a melhor colocação na maior parte das categorias, sendo, por exemplo, o primeiro país a iniciar reformas na governança corporativa a partir de 2000. O seu nível de expectativa de vida de 77 anos é o mais elevado, com a menor percepção de pobreza e de crime de todos. O ponto fraco do Chile está na poluição do meio ambiente, com as suas emissões elevadas de gás carbônico e de gases sulfurosos, parcialmente devido ao grande número de pessoas que vivem em Santiago (4,4 milhões de um total de 15,6 milhões).

A Management & Excellence afirma que, apesar do Brasil ter "o nível mais elevado de governança corporativa no setor privado, o país sofre com os dados deficientes em termos sociais e de corrupção. O Brasil é o segundo pior em segurança, seu desemprego é um dos mais elevados e apresenta o segundo maior número de presos (169/1000 da população). O desempenho do Brasil em educação é o segundo pior de todos".

Apesar do comportamento mais fraco da sua economia, a Argentina lidera na área de educação. De acordo com a Unesco, órgão da ONU para educação e cultura, os argentinos completam em média 8,8 dos 9 anos de escolaridade obrigatória, um dos coeficientes mais elevados em todo o mundo.

O México foi o melhor classificado na área econômica, segundo relato da consultoria, "devido aos benefícios do comércio com os Estados Unidos, que apresentou um crescimento superior a 175% desde o início do NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte) em 1994. Politicamente, o México ganha pontos pela democracia, mas ainda é considerado muito corrupto".

De acordo ainda com a consultoria espanhola, "a Venezuela é o segundo pior em governança, só atendendo 3 dos 7 critérios da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Entretanto, seu superávit de conta corrente atual é o mais elevado devido às exportações de petróleo. Embora classificado em terceiro pelo PIB per capita, por incrível que pareça, é o terceiro pior em termos de percentual da população vivendo abaixo da linha de pobreza (47%)". A Colômbia apresenta a melhor classificação por suas iniciativas de combate à corrupção, embora esta continue elevada. Os investimentos em educação aumentaram significativamente atingindo 5,2% do PIB.

Equador e Peru aparecem como os últimos colocados no ranking de sustentabilidade: "O Equador praticamente não apresenta nenhuma reforma séria de governança corporativa (nenhuma bolsa de valores), o menor PIB, uma inflação razoavelmente elevada e pouca liberdade econômica. As prisões do Peru (com 137,8% da capacidade) estão superlotadas. Os índices de AIDS e de mortalidade infantil (38,2%) deste país são os mais elevados de todos".

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