Chile: casos de prisão ou tortura de crianças durante a ditadura

O governo chileno incorporou outros 1.201 nomes a uma relação de 30.000 casos de vítimas de prisões ou tortura durante a ditadura de Augusto Pinochet. Dos recém-incluídos, 87 eram crianças quando foram detidas.

"Pedir perdão em nome do Estado do Chile pelo que ocorreu talvez seja pouco", disse o presidente Ricardo Lagos durante uma sóbria cerimônia no Palácio de Governo.

Uma comissão especial, presidida pelo bispo Sergio Valech, entregou hoje um relatório a Lagos com a revisão de 8.000 casos de pessoas que apelaram para obter uma reparação outorgada pelo governo a outras 29.000 pessoas. Desde fevereiro, o Estado paga uma pensão mensal equivalente a US$ 200 (cerca de R$ 500) que foi aprovada pelo Congresso no ano passado.

Nos 87 casos de crianças incorporados à relação, a comissão determinou que elas foram detidas com seus pais ou familiares próximos.

Nancy San Martín, atualmente com 37 anos, relatou a jornalistas que ela foi tomada como refém pela polícia para obter a entrega de seu pai, um camponês comunista. A menina, então com 6 anos, ficou detida e depois foi entregue a um orfanato. Sua mãe foi informada pelos militares que a menina havia sido lançada em um rio. Apenas anos depois, mãe e filha se reencontraram. O pai morreu em um suposto conflito com a polícia em 1974.

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