Chesf enviará estudo para instituição de subsidiária integral da transposição

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) encaminhará ao governo federal até o fim do mês um estudo no qual prevê a criação de uma subsidiária integral da empresa para operacionalizar a transposição das águas do rio.

De acordo com o diretor de Engenharia e Construção da Chesf, José Aílton de Lima, a instituição da empresa para administrar o projeto de deslocamento das águas "permitirá uma separação contábil dessa atividade das demais exercidas pela empresa, além de conferir mobilidade à companhia".

Lima evitou dar mais detalhes sobre a nova empresa, uma vez que o trabalho ainda não foi concluído. Segundo ele, a nova frente de negócios da Chesf apresenta peculiaridades, como a regulação e fiscalização pela Agência Nacional das Águas (ANA) e não pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como ocorre com as outras atividades da empresa.

Lima destacou que os exames foram pedidos pela administração federal, que escolheu a companhia para ser "a operadora e mantenedora" do plano de integração das bacias do Nordeste. "O projeto envolverá a criação de um sistema complexo, com estações de bombeamento e usinas hidrelétricas", lembrou.

Segundo informações do Poder Executivo, a operação no São Francisco deverá absorver investimentos de R$ 4,5 bilhões. A proposta inclui a construção de sete usinas hidrelétricas, com potência instalada total de 175 megawatts (MW), com investimentos previstos de R$ 470 milhões.

O diretor de Engenharia e Construção da Chesf destacou que "a Chesf se sente honrada com a escolha, mas está, ao mesmo tempo, analisando todas as questões subjacentes". Lima afirmou que, embora a nova tarefa represente a abertura de uma nova frente de negócios para a companhia, existem riscos que devem ser levados em consideração no exercício da atividade.

"A operação e manutenção desse sistema têm um custo estimado em R$ 80 milhões por ano", calculou. "Se vamos operar e manter a integração das bacias, precisamos saber quem garantirá os recebíveis", afirmou.

Outro "risco", na opinião de Lima, "é que não existe um marco regulatório definido para essa área". Sem um marco, disse, "fica difícil exigir o cumprimento do que está contratado". O diretor de Engenharia e Construção disse ainda que será necessário que os Estados do Nordeste beneficiados com a integração das bacias providenciem a criação de distribuidoras estaduais, que permitirão a capilarização do fornecimento da água da transposição. "Somente o Ceará possui uma distribuidora de água bruta", garantiu.

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