O chefe do Exército israelense, tenente-general Dan Halutz, apresentou sua renúncia, informou o Exército nesta quarta-feira (17), cedendo às exigências de que ele pague o preço pelo fracasso da guerra de Israel no Líbano. A decisão de Halutz de deixar o cargo aumentou a pressão sobre o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o ministro da Defesa, Amir Peretz, cujos papéis durante a maior operação militar de Israel desde 1982 também têm sido alvo de críticas.
Halutz renunciou ao fim de um dia já turbulento para Olmert. Horas antes, o Ministério da Justiça ordenou que a polícia iniciasse uma investigação criminal sobre sua conduta na venda do segundo maior banco israelense antes de ele se tornar primeiro-ministro, no ano passado. Soldados, famílias desoladas e até membros da unida elite militar israelense têm pedido a cabeça de Halutz desde que terminou a guerra contra a guerrilha do Hezbollah, em 14 de agosto.
Israel lançou o ataque de escala total apenas horas depois de o Hezbollah ter capturado dois soldados israelenses e matado outros três numa investida através da fronteira, em 12 de julho. O país entrou na guerra como uma frente unida contra o Hezbollah mas esta solidariedade ruiu depois que os combates acabaram, sem que a guerrilha tenha sido eliminada e os soldados capturados, recuperados.
Mais de mil pessoas foram mortas em ambos os lados, a maioria no Líbano, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e com as autoridades israelenses e libanesas. Israel alega ter matado 600 guerrilheiros, mas este número não foi provado e o Líbano afirma que a maior parte dos feridos era de civis. Enquanto isso, o norte de Israel ficou quase paralisado pelos quase 4 mil foguetes que foram lançados do Líbano durante a guerra, e 159 israelenses foram mortos, incluindo 39 civis que morreram nos ataques de foguete.