A chefe do setor de prevenção do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Denise Cardo, disse hoje (06), em Curitiba, que o 11 de setembro e as ameaças de bioterrorismo despertaram a necessidade de maior planejamento no setor de saúde e de um trabalho em conjunto. ?Agora estamos com a estrutura mais preparada, mas esperamos não ter que testá-la na prática?, disse a especialista brasileira, que está há nove anos nos Estados Unidos.

Segundo ela, a lição das ameaças e de algumas infecções com antraz pode ser resumida em quatro ?c?: competência, capacidade, colaboração e comunicação. ?Em relação à competência, vimos que, apesar de saber muito, tivemos que aprender principalmente sobre a contaminação do ambiente?, disse Denise. A capacidade dos laboratórios e hospitais também foi testada e o governo federal já liberou cerca de US$ 918 milhões para aprimorar a infra-estrutura do país. ?Poucas pessoas morreram pelo antraz, mas vimos quão despreparado o sistema estava?, admitiu.

Para ela, foi primordial a inauguração de uma relação mais estreita e de colaboração entre o CDC, institutos de saúde e outros órgãos federais, entre eles o FBI. ?Isso não existia antes?, afirmou. Os agentes de saúde também puderam entender a importância da comunicação com o público, com a mídia, com outros profissionais e com os políticos, que têm o poder de tomar decisões. ?Temos que ter condições de prevenir?, disse. ?O sistema precisa estar preparado para dar diagnóstico e resposta precoce.? Segundo ela, essas orientações não se aplicam apenas quando há risco de bioterrorismo, mas devem ser uma prática para qualquer doença emergente.

Em palestra no 8º Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar, que terminou hoje em Curitiba, Denise alertou os profissionais brasileiros para que também estejam preparados. ?No Brasil, a gente acha que tudo só acontece lá (nos Estados Unidos)?, ponderou. ?A prevenção é importante?.

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