No primeiro dia de encontros da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) com autoridades brasileiras, o chefe do grupo, Charles Collyns, disse que está bem impressionado com a economia brasileira e com o crescimento econômico do País. Ele se encontrou hoje com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e discutiu com outros diretores do banco a evolução da economia brasileira e da política econômica. Collyns também comentou que considera prudente a política monetária que vem sendo conduzida pelo Banco Central.
A visita é a penúltima do acordo assinado pelo Brasil, que termina em março de 2005, e fica em Brasília até o 10 de novembro. O grupo vai apenas fazer a revisão do acordo e verificar as metas fiscais até setembro, todas cumpridas. A aprovação da revisão pela diretoria do Fundo dará direito ao governo brasileiro de sacar cerca de US$ 1,3 bilhão. Mas o Brasil deve manter a postura adotada ao longo deste ano e não sacar o dinheiro.
Os técnicos do Fundo também estiveram hoje no Ministério da Fazenda. O ministro Antônio Palocci, no entanto, não participou desse encontro, com técnicos da área internacional do minstério. Palocci só deverá receber os técnicos no início da próxima semana. Para o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Pereira, as conversas das autoridades brasileiras com os representantes do Fundo para penúltima revisão do atual acordo acontecem em um cenário externo altamente favorável.
Pereira acredita que o Brasil tem condições de atrair capital estrangeiro para financiar projetos necessários à manutenção do crescimento econômico nos próximos anos. “O problema é que as pessoas querem comparar o atual fluxo de investimentos estrangeiros diretos com o período das grandes privatizações”, critica.
“Temos sinais de recuperação desses investimentos e devemos fechar 2004 e 2005 com uma média de US$ 15 bilhões”, afirmou Pereira, ressaltando que o País tem potencial para aumentar ainda mais esse montante. “Todo esforço tem sido nesse sentido. Com o Brasil crescendo, o País torna-se um importante mercado e isso é atrativo para os investidores”, completou.
A discussão sobre a retirada de alguns investimentos feitos pelo governo, como os da área infra-estrutura,não estará na pauta dos encontros das autoridades brasileiras com os representantes do FMI. O tema ficará para um próximo encontro. Na segunda quinzena deste mês, o grupo técnico do FMI que está trabalhando no projeto-piloto sobre a proposta virá ao Brasil para uma nova rodada de conversas.
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