Campo Grande, 25 (AE) – A polícia paraguaia anunciou hoje a prisão dos brasileiros Carlos Ivan Mendes Mesquita, um dos traficantes mais procurados pelas autoridades dos Estados Unidos, e Nélio Alves de Oliveira, ex-vice-prefeito de Ponta Porã (MS). Eles foram surpreendidos quarta-feira, quando desciam de um bimotor carregado com 265 quilos de cocaína pura numa fazenda a 400 quilômetros de Assunção.

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"É um narcotraficante de peso", disse o diretor da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Hugo Castor Ibarra, referindo-se a Mesquita. "É o segundo em importância depois de Beira-Mar (Luiz Fernando da Costa)."

A caçada a Mesquita já durava quase um ano e envolveu investigações conjuntas com a Drug Enforcement Agency (DEA, a agência antidrogas americana) e a Polícia Federal brasileira. A prisão do traficante foi realizada pelas autoridades paraguaias com base em denúncias da polícia do Peru, onde a cocaína foi embarcada. A apreensão é a maior registrada no país em 15 anos.

Os policiais paraguaios esperaram o pouso do bimotor na pista de Ko’eyu, localizada numa fazenda pertencente a Mesquita no Alto Paraguai, na fronteira com o Brasil. Os traficantes reagiram à prisão e, no tiroteio, morreu o brasileiro Cleber Caires Correa, de 38 anos, atingido na cabeça. Na operação também foram presos o brasileiro Éder Pedro Ferrato e os paraguaios Manuel Lorenzo Díaz, Julio César López Escobar, Aurelio David Méndez, Luís Brun Limen, Arnildo Ismael Guanes Montiel e Ismael González.

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"Acreditamos que o avião fez uma parada na Bolívia, para abastecimento e, possivelmente, para deixar parte da droga", disse o fiscal Francisco de Vargas, que participou da operação policial. "Apreendemos na fazenda várias armas: uma metralhadora com tripé, um fuzil de assalto, um rifle, duas pistolas e três revólveres."

A polícia enviou as armas e papéis encontrados na fazenda para o Ministério Público em Ponta Porã, para servirem de subsídio a futuras investigações. A cocaína, o avião e os presos foram levados para Assunção. Mesquita, que mora em Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã, movimentava por mês entre 200 e 500 quilos de cocaína, disse o diretor de Operações da Secretaria Antidrogas paraguaia, Luis Rojas. "A estrutura que ele liderava é bastante grande e complexa."

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Em Brasília, os ministros da 3.ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitaram anteontem recurso dos advogados de Beira-Mar contra sua manutenção no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, interior paulista. Com o recurso, a defesa do traficante pretendia cassar decisão anterior do STJ que impedia a transferência de Beira-Mar para o Rio. Os advogados alegaram que o criminoso está preso ilegalmente no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), mais rígido. Segundo eles, Beira-Mar permanece no RDD há mais de 500 dias, tempo superior ao permitido pela legislação.