Em dia de extensa agenda em Santiago, que será finalizada com o embarque para Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi destaque nos principais jornais do Chile e da Argentina. Em entrevista a jornais estrangeiros, no Palácio do Planalto ontem, Lula elogiou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Chávez tem sido um aliado excepcional, um sócio", disse. "Na América Latina, não necessitamos de um líder, mas sim uma relação muito forte, entre estados, de respeito mútuo", disse Lula ao jornal chileno La Tercera.

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Lula usou tom ameno sobre a tensa relação com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales, com quem o Brasil negocia uma indenização para a Petrobras. "É preciso por as coisas em seu lugar. Primeiro, me parece excepcional que Bolívia tenha elegido um presidente como Evo Morales. Ninguém tem a cara da Bolívia como Evo. Há problemas secundários. É como no Brasil: não estava previsto que um metalúrgico chegaria ao poder. E eu causei desconfiança" , comparou.

Ainda sobre o assunto, Lula continuou: "…E muitos se perguntavam se estava preparado. Creio que a gente aprende. É importante recordar que o plebiscito foi antes de que chegara Evo Morales. Considero natural que Evo queira nacionalizar. Tem que reivindicar o preço justo para os países que vão comprar", disse Lula. "Passamos por momentos muito auspiciosos e não podemos permitir que nossas divergências do século XIX prejudiquem o futuro", completou o presidente, levando à uma associação inevitável com o denominado "socialismo do século XIX" de Hugo Chávez.

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