O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quebrou o tom formal da Reunião de
Cúpula América do Sul-Países Árabes, ao afirmar que os países das duas regiões
são semelhantes, ao serem submetidos à exploração das nações ricas. Chávez disse
que há muito mais semelhanças entre as duas regiões do que podem mostrar as
diferenças culturais ou religiosas. Ele afirmou que a América do Sul, depois da
2.ª Guerra, foi submetida a mecanismos de dominação, principalmente, pelo que
chamou de uma "arquitetura financeira internacional" e por uma estrutura de
organismos internacionais, com mais de 60 anos. "A ONU (Organização das Nações
Unidas) é hoje um reflexo disso. Não há democracia internacional", disse. Chávez
revelou que, por intermédio do escritor libanês Amin Maluf, pôde conhecer a
história das Cruzadas vista pelos árabes. Segundo o presidente da Venezuela,
fica evidente que os povos daquela região sofreram um genocídio. "Somos duas
regiões que sofremos agressões históricas", declarou. Sobre o discurso do
representante do Egito, que defendeu a aprovação de medidas concretas para o
estabelecimento de relações comerciais entre as duas regiões, Chávez pregou uma
aproximação cuidadosa, a partir da realização da cúpula. "É como a primeira
noiva. Temos de ser muito cuidadosos. Não vamos pretender o impossível, de
imediato, pois há um potencial incalculável nessas relações", acredita. O
presidente afirmou ainda achar, lembrando as declarações do ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim, que nasce uma nova geopolítica.
Chávez diz que países são explorados por ricos
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