Chateado por estar na reserva do Real Madrid, o atacante Ronaldo admitiu que não sabe como convencer o técnico Fabio Capello a ser titular da equipe, e disse que pretende se aposentar aos 35 anos, depois de atuar pelo menos duas temporadas no Brasil ou nos Estados Unidos. "Mas vou cumprir meu contrato aqui", afirmou o atacante, que tem compromisso com o Real até 2008, em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal espanhol ABC.
"Estou há 14 anos longe de casa e não me vejo em nenhum outro clube europeu. Depois que encerrar meu acordo, vou para um lugar mais tranqüilo. E não vou deixar que ninguém me aposente, farei isso eu mesmo antes", avisou Ronaldo, que chegou ao futebol europeu em 1994, no holandês PSV, depois de ser revelado no Cruzeiro, e já defendeu também Barcelona e Inter de Milão. Torcedor confesso do Flamengo, Ronaldo já falou da vontade de jogar um dia por seu time de coração.
Depois de ser apontado como um dos culpados pelo fiasco do Brasil na Copa do Mundo, Ronaldo, que se apresentou bem acima do peso ao técnico Carlos Alberto Parreira, passou por uma leve cirurgia na tíbia e só atuou por 100 minutos nesta temporada – no jogo contra o Gimnastic, na semana passada, passou o segundo tempo fazendo aquecimento, mas não entrou.
"O pior dessa situação é não saber o que fazer para conquistar o técnico", disse o brasileiro, que chegou perto de acertar sua volta à Inter de Milão. "Estou em forma, no meu peso ideal, mas não sei os critérios para convencê-lo, então o que posso fazer é continuar tentando", completou Ronaldo, que nesta sexta-feira foi liberado de treinar com os colegas para resolver "compromissos particulares" e fez apenas exercícios físicos, sozinho.
Ronaldo está com 30 anos, e fará 35 em setembro de 2011 – ou seja, ainda tem tempo para disputar sua quinta Copa do Mundo em 2010. Nesta semana, o técnico Dunga diz que não descarta a participação de ninguém. "As portas estão abertas", disse, sem se referir diretamente ao atacante.
O Real enfrenta o Celta, domingo, e nada garante que Ronaldo possa estar em campo. Mas o jogador disse que, depois de tantos problemas, como as lesões no joelho que o deixaram mais de dois anos sem jogar, ficar no banco é um desafio menor. "Sou um guerreiro, um lutador, e este é um momento de lutar. É um obstáculo pequeno comparado a outros", concluiu.
