O diretor de Polícia Técnica do Rio de Janeiro, Roger Ancillotti, afirmou hoje que até a próxima quarta-feira serão divulgados os resultados do exame de DNA comparativo entre o sangue encontrado em dois locais onde morreram vítimas da chacina na Baixada Fluminense e o material colhido num Gol prata provavelmente usado pelos assassinos.

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Segundo Ancillotti, durante o feriado prolongado os peritos prosseguem com a análise das amostras retiradas dos tapetes dianteiro e traseiro do lado do carona do veículo. O sangue achado ali será confrontado com o de sete pessoas mortas nos municípios de Nova Iguaçu e Queimados.

"Vamos nos deter às vítimas que morreram em grupos, no bar da Rua Gama, em Nova Iguaçu, e no lava-jato em Queimados. Pela nossa suposição, com base nas investigações, os que perpetraram esse crime bárbaro podem ter andado entre os cadáveres das vítimas que morreram em grupo, tendo sujado a sola dos sapatos e levando essa contaminação para o interior do veículo", explicou o diretor de Polícia Técnica. Na chacina, morreram mais de 20 pessoas.

Acrescentou que já foram feitos mais de 650 confrontos balísticos entre as armas entregues aos peritos pelas Polícias Civil, Federal e Militar e os projéteis e cartuchos usados no massacre. Até o momento, o único resultado positivo foi o das três cápsulas achadas no Gol prata, que saíram da mesma arma utilizada para matar uma das vítimas. O dono do Gol alegou ter emprestado o carro ao soldado Carlos Jorge Carvalho, um dos 11 policiais militares presos por suposto envolvimento no caso.

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Para o diretor, caso não haja outro resultado positivo em breve, os trabalhos devem durar meses e o número de exames balísticos pode chegar a cinco mil. Ancillotti confirmou, ainda, que a polícia está analisando gravações feitas com autorização da Justiça nos telefones dos acusados da matança, mas não quis dar mais detalhes sobre essa linha de investigação.