O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que apóia o candidato da coligação do seu partido com o PSDB, Geraldo Alckmin, para a Presidência, disse em seu boletim diário e ex-blog "Informação e Opinião!" que "o segundo turno começa sem favoritos" nas eleições presidenciais.
Para sustentar a afirmação, Maia fez as contas dos votos em primeiro turno incluindo os votos brancos e nulo (8,41% do total de votos) e não só os votos válidos. Com isso, a diferença entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin cai de sete para seis pontos percentuais. Incluindo os nulos e brancos, segundo Maia, Lula ficaria com 44,5% do total de votos, Alckmin com 38,1%, Heloísa Helena com 6,2% e os demais com 2,6%
Cesar Maia observou também que nas eleições passadas, Lula teve 42% no primeiro turno enquanto o candidato do PSDB, José Serra, teve 21%. "Mais de 20 pontos de diferença. Agora foram apenas 6" disse.
O prefeito do Rio continua criticando pontos da campanha de Alckmin. "A única coisa que pode derrotar Alckmin nesse segundo turno é o teleprompter", afirma no boletim. Segundo Maia, o candidato deve estar no lugar dos fatos, em vez de no estúdio. Recomenda também "variar a camisa azulzinha clara-acizentada e gravata vermelha sem blazer".
Maia destaca também que o seu partido passa a ter a maior bancada no Senado, com 18 senadores. Na Câmara, o PFL fica com 65 deputados federais, empatado com o PSDB, e atrás das bancadas do PMDB (89 deputados) e do PT (83 deputados). Ele observa também que 33% dos deputados federais eleitos estão em partidos que não alcançaram a cláusula de barreira e que escaparam disso apenas os partidos PFL, PSDB, PMDB, PT, PSB, PP E PDT.
"Com a cláusula de barreira, os deputados e senadores eleitos por esses partidos que não atingiram o limite terão que buscar uma legenda para os abrigar, mesmo que provisoriamente, ou então serão tratados no Congresso como parlamentares avulsos!", considera.
Fã de pesquisas eleitorais, o prefeito acredita que elas não erraram nas previsões nos estados que surpreenderam, mas que ocorreu um fenômeno novo que "aponta para uma melhor organicidade da política no Brasil" nos resultados da votação de ontem. "A partir de sexta-feira ao preparar o seu voto, (o eleitor) decidiu vinculá-lo à eleição presidencial. Desta forma quem era candidato em estados onde a força de Lula ou de Alckmin era muito grande, favoreceu-se da desta vinculação", escreveu. "Todos aqueles que imaginaram que era possível ‘se fingir de morto’ e ganhar as eleições sem cabeça presidencial, ou perderam ou levaram um susto", considera.