Rio, 01 (AE) – Líder nas pesquisas, o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), disse que se considera “pronto” para ocupar a Presidência da República. Mas assegurou que, se vencer esta eleição, cumprirá o terceiro mandato de prefeito integralmente, até 2008. Maia acredita que tem “50% de chances” de eleger-se já no primeiro turno. Aliado do PT em duas grandes cidades do Rio, ele avisou hoje que a confirmação da aliança no segundo turno depende de nova conversa entre os dois partidos. Foi uma resposta ao presidente do PT, José Genoino, para quem a aproximação é apenas “apoio”. Os principais pontos da entrevista:
Agência Estado – Se for reeleito prefeito, o sr. tem planos de disputar o governo em 2006?
Cesar Maia – Posso dar uma contribuição muito grande para reestruturar a máquina do Estado, mas não preciso ser governador para isso.
AE – Quais são seus planos para além do terceiro mandato?
Maia – São quatro vitórias seguidas para prefeito. Com o Luiz Paulo Conde (PMDB), eu que fui eleito. Ocupei 75% dos comerciais na TV. É um galardão. Se minha vida pública encerrar como prefeito, não é nada ruim.
AE – O senhor pensa na Presidência da República?
Maia – Não estarei no PFL propondo minha candidatura a presidente, montando maquinalmente a candidatura. Em política não se pode descartar rigorosamente nada. Meu projeto é estar preparado para servir na política a qualquer nível.
AE – O sr. se sente pronto para ocupar a Presidência?
Maia – Claro, sem dúvida. Comparando os quadros políticos que existem no Brasil, certamente me sinto pronto. Se perguntar se me sinto 100% pronto, eu diria 90%, porque não falo inglês correntemente. A diplomacia presidencial exige interlocução pessoal. É uma falha, mas pode ser suprida.
AE – Como o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) sairá desta eleição?
Maia – Na cabeça do eleitor, ele é um político em decadência. Se ganhasse na cidade do Rio, poderia ter impacto equilibrador, mas isso não vai acontecer.
AE – O que significa a aliança de PFL e PT em 2 cidades?
Maia – O PFL não tem pretensão de participar em governo nenhum. O presidente do PT não pode na imprensa nacional tratar o apoio a Lindberg Farias (em Nova Iguaçu) e Godofredo Pinto (que tenta a reeleição em Niterói) como “nós não temos culpa”. Não há nenhuma razão para o presidente do PT gostar do apoio e desqualificar o apoio. O PFL quer apoiar no segundo turno todos que apóia agora, mas isso precisa de um ritual.
AE – Que efeito a aliança PT-PFL terá no futuro?
Maia – Pode ter em 2006, no Rio. Pode ser que interesse ao presidente Lula. Um Estado como o Rio, onde o presidente não é bem avaliado, ele pode ter interesse tático numa aliança. E pode ser um interesse estratégico do PT do Rio para descontinuar o populismo no Rio.
AE – Está certo de que em 2006 fará campanha para o PSDB à Presidência?
Maia – Estou convencido. A relação do PFL com José Serra é muito difícil. Mas Serra, (se eleito) prefeito de São Paulo, fica bloqueado para ser presidente do PSDB e candidato a presidente. Aí, essa aproximação do PFL com o PSDB é natural.
Cesar Maia diz que está “pronto” para ocupar a Presidência
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