A primeira edição nacional do Salão de Cerâmica começa na próxima quarta-feira (24), às 20h, no Cietep, com a exposição de 240 obras ? artístico, popular e design ? de 142 artistas selecionados das cinco regiões brasileiras. O evento agora denominado 1º Salão Nacional de Cerâmica é um das mais importantes iniciativas do segmento, englobando também a Segunda Feira de Arte Cerâmica, com expositores oferecendo as últimas novidades para ceramistas e o Congresso Nacional de Cerâmica.

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O Congresso começa no dia seguinte, de 25 e 29 de maio, com debates e oficinas voltadas para profissionais e estudantes da área. Ao todo serão oferecidas 26 oficinas para os três segmentos, entre os destaques está uma que é voltada para os deficientes visuais. As vagas são limitadas e as inscrições estão abertas no Museu Alfredo Andersen ? Telefone: 3222-8262, site: www.pr.gov.br/maa.

Nas diversas categorias do Salão, como a cerâmica popular, o artesão não tem uma especialização teórica do assunto. Autodidata, ele usa normalmente sua arte para sobreviver. O mesmo não pode ser dito da cerâmica industrial na qual o artista – com um bom conhecimento de design – trabalha com uma escala de produção maior, focando seu objetivo em objetos utilitários. Finalmente temos a cerâmica artística que compreende um pouco de cada uma destas categorias. O ceramista utiliza a técnica como expressão para compor obras de arte que podem ou não ser utilitárias.

A partir desta divisão, o Salão de Cerâmica distribuiu para cada categoria três prêmios ? Governo do Estado do Paraná, Secretaria de Estado da Cultura e Museu Alfredo Andersen – no valor eqüitativo R$ 6 mil. Na artística, os vencedores de cada prêmio foram, respectivamente, Elisa Maruyama (PR), Ivanilde Sopchenski Santos (Tuca) (PR) e, dividindo o Prêmio Alfredo Andersen, Gláucia Flügel (PR) e Márcio Medeiros (PR).

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A comissão que cuidou desse segmento explicou que a escolha foi consensual e levou em consideração a autenticidade, criatividade e a maneira como o artista lida com o material e a técnica, chamando atenção para o significativo aumento de selecionados ? 51 artistas num universo de 203 inscritos. Uma curiosidade: pela qualidade apresentada, um dos prêmios foi dividido entre dois artistas.

Na categoria design a escolha aconteceu a partir de uma discussão sobre o conceito de desenho para a indústria. Para a comissão, o design deve ter como função melhorar a vida das pessoas. Isto é, a realização de um objeto mais funcional, que simplifique um processo produtivo, economize energia e ainda possa oferecer um novo uso ao material. Dentro desses critérios, a comissão deixou de lado apenas o aspecto estético e premiou, entre os 25 artistas selecionados, as obras de Elaine Kawata e Luis Evers (PR), R. Luiz Pellanda Jr. (PR) e Cristiane Aun São Paulo (SP). Ao final da escolha, a comissão reconhece a dificuldade da seleção e sugere para a próxima edição a inclusão de uma nova categoria: desenho artístico ? que atenda a produção de design utilitária de pequena escala.

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O segmento popular é dividido em três subcategorias: religiosa, decorativa ou utilitária e folclórica. Assim, ao invés de três prêmios, ela premiou nove artistas com a quantia de R$ 2 mil. Em comparação ao ano de 2004 houve o triplo de inscrições. No final desta edição foram selecionados 66 artistas populares e 111 obras. Apesar do aumento de inscrições, a seleção dos artistas foi considerada tranqüila pela comissão julgadora uma vez que cerâmica popular é um trabalho menos autoral, do ponto de vista do resultado plástico. Mas para os jurados a grande surpresa foi perceber a produção artística que, em alguns casos, utilizava técnicas tradicionais em temas novos, recriados; e, em outros, acontecia o inverso: o uso de técnicas novas em temas tradicionais.