Mais de 10 mil armas de fogo foram destruídas nesta quinta-feira (9), em frente ao Memorial JK em Brasília. A cerimônia marca o início das atividades do Centro de Treinamento em Segurança Pública para América Latina e Caribe (Cespalc). O projeto é uma parceria do Ministério da Justiça e da Organização das Nações Unidas (ONU) para promover a troca de experiências entre esses países na área de segurança pública.
As armas destruídas foram recolhidas no Distrito Federal, na região do Triângulo Mineiro e no Tocantins como parte da Campanha do Desarmamento. De acordo com dados do Ministério da Justiça, em quatro meses, a população já entregou mais de 190 mil armas de fogo para serem destruídas.
A expectativa inicial de recolher 80 mil armas foi superada no início de setembro. Segundo o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, devido ao sucesso da campanha, o governo resolveu aumentar em mais seis meses o prazo para entrega voluntária das armas.
"A gente tinha uma meta de atingir o recolhimento de 80 mil armas até 23 de dezembro. Já recolhemos mais de 200 mil. Agora, aumentamos nossa ambição e prorrogamos a campanha por mais seis meses e esperamos arrecadar 300, 400, 500 mil armas", ressaltou o ministro.
Desde a edição do Estatuto do Desarmamento, o porte e a posse de armas ficaram mais restritos no Brasil, sendo permitidos apenas para policiais, militares, responsáveis por segurança, entre outros casos previstos na legislação. Atualmente, quem quiser uma arma em sua residência ou trabalho deverá submeter-se a testes psicotécnicos, ter mais de 25 anos e declarar por que necessita ter uma arma.
De acordo com estatísticas da ONU, cerca de 40 mil pessoas morrem anualmente por causa do uso de armas de fogo. Os custos econômicos também são elevados e correspondem a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) das três maiores capitais do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte). Segundo Márcio Thomaz Bastos, "só no ano passado, incidentes com armas de fogo custaram ao Sistema Único de Saúde (SUS) mais de R$ 400 milhões".