O Centro de Atendimento Integral ao Fissurado Lábio-Palatal (Caif), da Secretaria de Estado da Saúde, assinou nesta quarta-feira um convênio de cooperação técnica com a organização não governamental norte-americana Operation Smile, que se responsabilizará pelo financiamento da formação de novos profissionais na área. Com a assinatura do convênio, o Caif passa a ser o principal centro de formação da América Latina em fissura labiopalatal.

O chefe do Departamento de Gestão de Atenção de Média e Alta Complexidade (Demac), Ivandro Luiz Carula, representando o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier, afirmou que a Secretaria da Saúde oferecerá total apoio à iniciativa. A diretora da área de educação da Operation Smile, a colombiana Maria de la Torre, disse que o convênio será para o benefício das crianças. “É uma honra trabalhar com o Caif pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo”, ressaltou.

A Operation Smile fez uma pesquisa em todas as entidades que se dedicam ao atendimento ao fissurado labiopalatal na América Latina e chegou à conclusão de que o Caif de Curitiba seria o local ideal para formar novos profissionais. Com a diretora da área de educação veio uma equipe de profissionais, que durante dois dias realizou cirurgias mostrando as técnicas mais avançadas utilizadas hoje nesse setor nos Estados Unidos.

“A parceria com a Operation Smile será mais um sucesso, como já aconteceu com outras parcerias firmadas pelo Caif, e vai ajudar muitas crianças”, disse Rony Wilmar Duck, presidente da Associação de Reabilitação e Promoção Social do Fissurado Lábio-Palatal. Segundo Lauro Constantino, diretor do Caif, o centro recebeu a primeira visita da Operation Smile em 1998 e firmou a primeira parceria com a entidade em 1999. “O que também influiu na escolha da Operation Smile é que o nosso trabalho está voltado para a inclusão social”, destacou.

Referência

A partir de agora, o Caif se tornará referência para o tratamento da doença, para pesquisas e também especialização de profissionais da área da saúde. “Um dos principais problemas no Brasil para o tratamento desta doença é a falta de profissionais voltados para esta área”, disse Lauro Constantino. Ele informou que o Caif intensificará os cursos de formação para cirurgiões plásticos, voltados para a área corretiva.

Outro ponto que está acertado é que os profissionais do Caif viajarão para outros locais para ministrar cursos e realizar cirurgias modelos para demonstrar os métodos utilizados para a correção dos defeitos causados pela enfermidade. “Outros estados já se mostraram interessados em conhecer nosso trabalho e querem implantar serviços semelhantes”, afirmou Constantino.

Atualmente, o contato mais próximo está ocorrendo com médicos de Belém, capital do Pará. Em agosto deste ano, especialistas do Caif foram até aquela cidade e realizaram 140 cirurgias. Além disso, segundo Constantino, o Ministério da Saúde está estudando uma série de alternativas que beneficiariam não só o Caif, mas incentivariam outros Estados a criarem centros nos moldes do Caif.

Hoje o Caif atende 5 mil pacientes de todo o país, sendo 70% do Paraná. Os outros 30% vêm dos outros Estados, sobretudo de Santa Catarina. “No centro não existe lista de espera. Se o paciente está em condições de realizar a cirurgia, é atendido imediatamente”, observou Constantino.

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