Central de Atendimento ao Turista fortalece empreendedorismo no Paraná

A Central de Atendimento ao Turista, uma parceria do Sebrae no Paraná, Sistema Fecomércio, Secretaria de Estado do Turismo e Prefeitura de Matinhos, começou a funcionar, no calçadão de Caiobá, na Avenida Atlântica. A idéia é concentrar num local só, durante toda a temporada, o maior volume possível de informações sobre serviços e atrativos turísticos dos municípios de Antonina Morretes, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Matinhos, Guaratuba e Paranaguá, incluindo a Ilha do Mel.

A Central é uma das ações do Projeto Turismo no Litoral – Emoções o Ano Inteiro, iniciativa do Sebrae para promover, fomentar e desenvolver micro e pequenos negócios. "O Litoral tem muitas opções de lazer. Com as informações, disponibilizadas pela Central, os turistas poderão conhecer os serviços disponíveis. Isso aquece a economia, o dinheiro circula a ocupação turística fica homogênea, aumenta a renda e os postos de trabalho", diz o consultor do Sebrae Aldo César Carvalho.

O empresário Denilson Padilha Fuchs montou há três meses uma pequena agência de turismo, a Vela & Aventura, especializada em ecoturismo náutico e que oferece passeios com veleiros e lanchas pela Baía de Paranaguá. A agência tem sede em Curitiba e dois escritórios, um em Paranaguá e outro em Antonina. "Há uma demanda reprimida. Estamos investindo num serviço diferenciado para atrair os turistas. O Sebrae tem um papel muito importante nesse processo de organização do setor. Iniciativas como a Central de Atendimento são importantes. Fortalecem os pequenos negócios e ajudam a melhorar a qualidade dos serviços."

O professor aposentado da Universidade Federal do Paraná, Eduardo Nascimento, e sua sócia Greice Schmegel também apostam no desenvolvimento empresarial do Litoral do Paraná. A Sambaki Turismo é a primeira agência de turismo receptivo de Antonina e esta será sua primeira temporada. "Um dos desafios para o desenvolvimento do turismo na região é a melhoria do processo receptivo no Litoral, que passa pelos serviços de agenciamento para os nossos visitantes. O Paraná não tem o hábito de fazer o turismo agenciado. Tem empresários ainda que não entendem, por exemplo, que pacotes turísticos são mais vantajosos porque beneficiam toda a cadeia", avalia Eduardo Nascimento.

Segundo o empresário, que buscou orientação do Sebrae no Paraná para abrir o seu negócio, a Central de Atendimento ao Turista, que funcionará até o dia 25 de fevereiro em Caiobá, ajuda a consolidar os pequenos negócios espalhados pelo Litoral. Eduardo Nascimento afirma que capacitação e qualificação são fundamentais para o desenvolvimento empresarial do Litoral paranaense, assim como melhorias na infra-estrutura. "Existem boas praias no Paraná e atrativos no ano inteiro. Os empresários precisam se profissionalizar e ajudar nesse processo de mudança de mentalidade. É um processo lento, mas que vale a pena. A indústria do turismo se desenvolve no mundo inteiro", assinala Eduardo Nascimento.

Cadeia do Turismo

Um passo importante para a organização do turismo no Litoral do Paraná, associando-o ao empreendedorismo, foi dado em julho deste ano. Sebrae, Secretaria de Estado do Turismo, parceiros locais e o Ipardes – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social iniciaram um levantamento inédito, com a aplicação de uma pesquisa, para analisar a cadeia produtiva do turismo no Litoral.

A pesquisa sobre a cadeia produtiva, pioneira no Brasil, ouviu proprietários de estabelecimentos comerciais e empresas em funcionamento nos sete municípios litorâneos. Com ela, será possível medir o grau de organização empresarial no Litoral. O resultado da pesquisa, que ainda está sendo tabulada, deve ser divulgado nas próximas semanas.

O último levantamento do Ipardes, com dados relativos a 2004, revela que naquele ano havia 2.152 micro e pequenas empresas em funcionamento no Litoral, das quais 2.087 micro e 65 pequenas.

Paranaguá foi o município litorâneo que mais concentrou micro e pequenas empresas, 797 ao todo, seguido de Pontal do Paraná (360); Guaratuba (343); Matinhos (300); Morretes (199); Antonina (127); e Guaraqueçaba (26). Os serviços ligados ao turismo mais explorados no litoral paranaense, no período, foram alimentação, hospedagem, transportes, agências e recreações culturais e desportivas.

Um item que chama a atenção no cruzamento de dados feito pelo Ipardes em 2004 foi que 1.685 microempresas não tinham empregados registrados junto ao Ministério do Trabalho. Isso mostra que pelo menos 70% das microempresas instaladas no Litoral são familiares, informais e provavelmente funcionam só na temporada.

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