Um protesto em frente ao Consulado britânico, realizado hoje nesta capital, reuniu cerca de 300 pessoas, que pediram providências sobre o assassinato do brasileiro Jean Charles Menezes, há cinco dias, pela polícia britânica, que o confundiu com terroristas. A informação foi dada pela assessoria de imprensa da Força Sindical, uma das centrais sindicais que participaram do ato.
Também participaram do protesto representantes da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT) e Social Democracia Sindical (SDS). A manifestação teve ainda apoio da Ordem dos Advogados do Brasil ? Seção São Paulo (OAB-SP) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Depois do protesto, que durou cerca de uma hora, os manifestantes entregaram carta ao cônsul geral britânico em São Paulo, Andrew Henderson, na qual pedem a apuração dos fatos e rigor na punição dos culpados. "Esperamos que o governo britânico realize investigação aprofundada sobre o ato que vitimou o jovem brasileiro e puna com o rigor da lei os responsáveis", diz o texto.
A carta ressalta a preocupação com o terrorismo, mas lembra que é preciso manter liberdades e direitos conquistados. "Não se combate a violência gerando mais violência, mas com investigação e divulgação da verdade", complementa.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o combate ao terrorismo não deve ser motivo para perseguição a imigrantes. "Essa manifestação nós fizemos porque acreditamos que o combate ao terrorismo deve ser feito, mas não deve se transformar também num estado de exceção, no arbítrio e na perseguição a qualquer imigrante", disse ele.
De acordo com Gonçalves, a globalização não deve ser feita apenas pelas empresas, e a integração entre os trabalhadores precisa ser discutida para que sejam considerados "cidadãos de primeira classe, ou cidadãos do país que escolheram para trabalhar".