As principais centrais sindicais de trabalhadores do Brasil finalizaram nesta segunda-feira (27), em reunião na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, as diretrizes de uma proposta de correção da tabela do Imposto de Renda. Os sindicalistas propõem um reajuste emergencial de 7,7% na tabela do Imposto de Renda, zerando a defasagem do governo Lula, além da ampliação de três para cinco do número de alíquotas.
Atualmente, os trabalhadores com renda líquida de até R$ 1.257 12 ficam isentos do pagamento do imposto de renda; enquanto que os assalariados com vencimentos entre R$ 1.257,13 a R$ 2.512,08 e acima de R$ 2.512,08, pagam, respectivamente, 15% e 27,5%.
Segundo nota divulgada pela CUT, "com o reajuste de 7,7%, os valores sobre os quais incidiriam as diferentes alíquotas seriam respectivamente de R$ 1.354,80 e R$ 2.707,27, desonerando um importante contingente de trabalhadores".
Posteriormente, a proposta da CUT defende "a adoção de alíquotas variáveis para os vencimentos acima de R$ 1.354,80: de 10%, até R$ 2.258,00; 20%, até R$ 4.516,00; 25%, até R$ 6.774,00 e de 27 5% acima deste valor".
"É importante deixar claro que a defasagem atual da tabela do Imposto de Renda atinge 50,36%: 7,7% relativos ao governo Lula e 39,52% do período 1996-2002. Temos o compromisso do presidente de zerar as perdas dos últimos quatro anos, mas queremos também resolver o problema dos anos FHC, que foram prejudiciais aos trabalhadores", afirmou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.
Classe média
Na avaliação do assessor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, a proposta das centrais – formulada com o apoio do órgão – desonera significativamente expressivas parcelas da classe média, recuperando a progressividade proposta na origem do Imposto de Renda, desonerando quem ganha menos.
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves o Juruna, "a proposta das centrais vai desonerar a classe média ampliando o consumo e garantindo melhorias para uma massa de assalariados". A implementação de uma tabela progressiva, segundo ele, também contribui para diminuir a evasão fiscal.